De acordo com especialistas, esse crescimento foi auxiliado principalmente pela recuperação do agronegócio, que precisou de mais veículos extra pesados e pesados.
Um dos segmentos mais afetados pela crise econômica, a venda de caminhões retomou o fôlego e, no acumulado do ano, tem alta de 41,5%, tendo liberado 65 mil novas unidades.
Para o vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Gustavo Bonini, ressalta que o crescimento alto também acontece porque as vendas, no ano passado, foram bem abaixo do esperado. “O agronegócio, sem dúvida nenhuma, ele puxa esse crescimento, a gente está falando que são os extra pesados e pesados que estão reagindo mais. Mas dá para ver, nos últimos números, que o segmento de médios também vem crescendo, o que significa que as outras engrenagens da economia estão avançando”, celebra.
“Ainda é muito modesto analisar o crescimento de leves, esse sim mostra distribuição, né, nas cidades. Mas isso vem andando, vem crescendo e um segmento vem puxando o outro. Também vale lembrar que a gente vem de uma base muito baixa, então esse número, também expressivo, de mais de 40% de crescimento do segmento de caminhões é porque a gente veio de uma base bem ruim, que foi o volume do ano passado”, continua.
Em razão das incertezas ao crédito, de abril a junho, as vendas de máquinas agrícolas caíram 17,5% em agosto na comparação com 2018, e 5,8%, no acumulado do ano, uma diminuição de 27 mil unidades.
Alfredo Miguel, também vice-presidente da Anfavea, comenta a baixa. “Aqui, há um aprendizado, para todos nós, de que quando planejarmos o plano safra, ele precisa ser realmente atendendo uma demanda dos produtores para o ano. Não adianta a gente ter recurso parcial, né. Agora em fevereiro, por exemplo, de 2020, nós vamos precisar tratar do assunto com o Ministério da Agricultura e provavelmente vamos precisar de novos recursos. Não há recursos para o ano safra inteiro.”
“Isso causa uma instabilidade, essa falta de previsibilidade para o setor, muito grande. Isso é um impacto na produção agrícola, no custo para o produtor, né. ENTÃO seria muito importante que o ministério pudesse não só fazer a previsão para todo o ano, atendendo a demanda, mas também anunciasse, no próximo plano Safra, se haverá ou não equalização ou subsídio para o produtor”, afirma.
*Com informações do repórter Marcelo Mattos