No último dia de seis de agosto ocorreu em João Pessoa (PB) a primeira reunião ordinária desse ano do Comitê Gestor do Arranjo Produtivo Local de Confecções e Artefatos de Algodão Colorido do Estado da Paraíba. Cerca de 20 representantes de vários setores da cadeia produtiva estiveram presentes.
Segundo o pesquisador da Embrapa Algodão, Francisco José Correia Farias, a estatal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento está tentando obter novas variedades com maior cumprimento e fibras mais resistentes. “Há uma preocupação atual muito forte em modelos integrados de cultivos”, informou.
Farias disse também que a Unidade da Embrapa, com sede em Campina Grande (PB), fechou recentemente contratos de parcerias com a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN), para transferir tecnologias de plantio para as variedades Verde e Rubi dos algodões naturalmente coloridos criados pela empresa pública.
Daniel Ferreira, responsável pelo Setor de Prospecção e Avaliação de Tecnologias (SPAT) da Embrapa Algodão, informou que a empresa está finalizando um novo equipamento deslintador de sementes de algodão com a técnica da flambagem, que deverá ser utilizado no processo de cultivos orgânicos. “Nossos pesquisadores também continuam o trabalho no desenvolvimento de novas variedades coloridas, especialmente as de coloração azulada”, disse.
Segundo Sílvio Moraes, representante da Textile Exchange, organização global que promove a transformação da indústria de fibras a fim de reduzir o impacto da indústria têxtil sobre o meio ambiente, a área cultivada de maneira orgânica com algodão deverá duplicar em 2020.
Francisca Gomes Vieira, representante do grupo Natural Cotton Color (NCC), aproveitou a reunião para exibir as primeiras peças de um novo tecido, em desenvolvimento industrial, feito com fibras naturalmente coloridas, numa variação entre o Marrom e o Rubi, fruto de uma parceria com o SENAI, iniciada em 2013.
Ela se mostrou entusiasmada com a possibilidade do resgate do “algodão mocó”, uma variedade arbórea que, antes do surgimento da praga do Bicudo, dominava os cultivos na região Nordeste. “Estamos iniciando uma discussão com o pessoal do Instituto de Educação Federal, em Pedras de Fogo, para vermos a possibilidade de resgate dessa variedade”, declarou.
Nos próximos meses a NCC vai participar dos eventos Brazil Eco Fest Week, de 16 a 18 de novembro, em São Paulo, e do Salon Premiere Vision, 17 de setembro, em Paris, levando o vestuário confeccionado com algodão colorido brasileiro. “Hoje nós temos a visão clara que nosso foco é o luxo do artesanato. Apostamos, por exemplo, na Renda Renascença feita com fios do algodão naturalmente colorido. É importante a valorização do conceito de moda feita com sustentabilidade. Atualmente estamos dando muita atenção às condições de trabalho dos agricultores que plantam e colhem esses algodões orgânicos”, diz Vieira. Ela apontou também um outro importante gargalo que começa a alerta o ambiente da alta-costura brasileira: o apagão na alfaiataria, com grave escassez de mão de obra qualificada.
Francisca considera que houve uma acomodação da indústria têxtil. “Eu recebo cerca de 20 e-mails por dia querendo saber onde se consegue matéria-prima. É preciso, também investir na educação dos consumidores finais sobre a importância dos tecidos e da moda feita com material orgânico”, diz.
Moda sustentável
Para Sylvio Napoli, gerente de Tecnologia na Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT), a moda sustentável já é uma tendência mundial irreversível. Sobre o processo de certificação do algodão orgânico, ele alertou que ocorreu recentemente um aumento na exigência de itens certificadores. “A preocupação com os cuidados com o ambiente está cada vez maior e mais rigorosa. Atualmente o descarte de tecidos já está proibido nos aterros sanitários”, comentou.
O Comitê Gestor integra empresários, produtores e suas organizações e os conecta com instituições de apoio, como a Embrapa, FIEP, Senai, Sebrae, Conab, bancos públicos e privados, além da ABIT, que gerencia o programa de internacionalização “TEXBrasil”.
Participam também do comitê associações de artesãs e de agricultores de Juarez Távora e de Campos, cidades do sertão da Paraíba, onde a cultura do algodão colorido é feito com contrato de compra garantida e têm certificado de produto orgânico.
No último dia de seis de agosto ocorreu em João Pessoa (PB) a primeira reunião ordinária desse ano do Comitê Gestor do Arranjo Produtivo Local de Confecções e Artefatos de Algodão Colorido do Estado da Paraíba. Cerca de 20 representantes de vários setores da cadeia produtiva estiveram presentes.
Segundo o pesquisador da Embrapa Algodão, Francisco José Correia Farias, a estatal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento está tentando obter novas variedades com maior cumprimento e fibras mais resistentes. “Há uma preocupação atual muito forte em modelos integrados de cultivos”, informou.
Farias disse também que a Unidade da Embrapa, com sede em Campina Grande (PB), fechou recentemente contratos de parcerias com a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN), para transferir tecnologias de plantio para as variedades Verde e Rubi dos algodões naturalmente coloridos criados pela empresa pública.
Daniel Ferreira, responsável pelo Setor de Prospecção e Avaliação de Tecnologias (SPAT) da Embrapa Algodão, informou que a empresa está finalizando um novo equipamento deslintador de sementes de algodão com a técnica da flambagem, que deverá ser utilizado no processo de cultivos orgânicos. “Nossos pesquisadores também continuam o trabalho no desenvolvimento de novas variedades coloridas, especialmente as de coloração azulada”, disse.
Segundo Sílvio Moraes, representante da Textile Exchange, organização global que promove a transformação da indústria de fibras a fim de reduzir o impacto da indústria têxtil sobre o meio ambiente, a área cultivada de maneira orgânica com algodão deverá duplicar em 2020.
Francisca Gomes Vieira, representante do grupo Natural Cotton Color (NCC), aproveitou a reunião para exibir as primeiras peças de um novo tecido, em desenvolvimento industrial, feito com fibras naturalmente coloridas, numa variação entre o Marrom e o Rubi, fruto de uma parceria com o SENAI, iniciada em 2013.
Ela se mostrou entusiasmada com a possibilidade do resgate do “algodão mocó”, uma variedade arbórea que, antes do surgimento da praga do Bicudo, dominava os cultivos na região Nordeste. “Estamos iniciando uma discussão com o pessoal do Instituto de Educação Federal, em Pedras de Fogo, para vermos a possibilidade de resgate dessa variedade”, declarou.
Nos próximos meses a NCC vai participar dos eventos Brazil Eco Fest Week, de 16 a 18 de novembro, em São Paulo, e do Salon Premiere Vision, 17 de setembro, em Paris, levando o vestuário confeccionado com algodão colorido brasileiro. “Hoje nós temos a visão clara que nosso foco é o luxo do artesanato. Apostamos, por exemplo, na Renda Renascença feita com fios do algodão naturalmente colorido. É importante a valorização do conceito de moda feita com sustentabilidade. Atualmente estamos dando muita atenção às condições de trabalho dos agricultores que plantam e colhem esses algodões orgânicos”, diz Vieira. Ela apontou também um outro importante gargalo que começa a alerta o ambiente da alta-costura brasileira: o apagão na alfaiataria, com grave escassez de mão de obra qualificada.
Francisca considera que houve uma acomodação da indústria têxtil. “Eu recebo cerca de 20 e-mails por dia querendo saber onde se consegue matéria-prima. É preciso, também investir na educação dos consumidores finais sobre a importância dos tecidos e da moda feita com material orgânico”, diz.
Moda sustentável
Para Sylvio Napoli, gerente de Tecnologia na Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT), a moda sustentável já é uma tendência mundial irreversível. Sobre o processo de certificação do algodão orgânico, ele alertou que ocorreu recentemente um aumento na exigência de itens certificadores. “A preocupação com os cuidados com o ambiente está cada vez maior e mais rigorosa. Atualmente o descarte de tecidos já está proibido nos aterros sanitários”, comentou.
O Comitê Gestor integra empresários, produtores e suas organizações e os conecta com instituições de apoio, como a Embrapa, FIEP, Senai, Sebrae, Conab, bancos públicos e privados, além da ABIT, que gerencia o programa de internacionalização “TEXBrasil”.
Participam também do comitê associações de artesãs e de agricultores de Juarez Távora e de Campos, cidades do sertão da Paraíba, onde a cultura do algodão colorido é feito com contrato de compra garantida e têm certificado de produto orgânico.