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Depois da baixa expressiva de 22% em junho/22, a cotação do algodão em pluma recuou com menor intensidade em julho
Quanto às negociações, se mantiveram em ritmo lento. Com o avanço da colheita do algodão, do beneficiamento e da classificação dos lotes, produtores seguiram priorizando o cumprimento dos contratos a termo em detrimento dos negócios no spot, influenciados por incertezas quanto à produtividade da safra 2021/22 em algumas regiões.
Vale destacar que, na última semana de julho, a movimentação até chegou a melhorar no mercado da pluma, devido ao aumento da disponibilidade de lotes; porém, as negociações seguiram limitadas diante da dificuldade de acordar preço e qualidade.
Do lado comprador, parte das indústrias esteve fora de mercado, preferindo fazer uso de estoque e/ou da matéria-prima contratada, uma vez que algumas fábricas ainda estavam trabalhando com capacidade
reduzida e/ou com dificuldade de vendas de alguns produtos manufaturados. Além disso, há empresas que estavam adquirindo apenas o necessário para manter as atividades e esperando a entrada de um
volume de pluma maior no mercado.
Já comerciantes preferiram fazer negócios “casados” e/ou adquiriram a pluma para atender às programações. Tradings, por sua vez, estiveram mais focadas no cumprimento dos contratos para os mercados interno e externo.
No acumulado de julho (de 30 de junho a 29 de julho), o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, recuou 5,55%. O preço no Brasil ficou, em média, 2,2% inferior à paridade de exportação em julho. A média de julho, de R$ 6,0465/lp está 18,32% inferior à do mês anterior, mas ainda ficou 10,75% superior à média de um ano atrás (os valores foram deflacionados pelo IGP-DI de junho/22).
Em dólar, o Indicador à vista registrou média de US$ 1,1236/lp em julho, 14,5% menor que o Índice Cotlook A (US$ 1,3140/lp), mas ficou 13,2% acima do primeiro vencimento negociado na Bolsa de Nova York (ICE Futures), de US$ 0,9927/lp – este, por sua vez, é o menor valor desde setembro/21, quando a média havia sido de US$ 0,9575/lp.
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Mercado Internacional
Entre 30 de junho e 29 de julho, o dólar se desvalorizou 0,99%, a R$ 5,178 no dia 29. Já o Índice Cotlook A (referente à pluma posta no Extremo Oriente) caiu 3,76% em julho, a US$ 1,3040/lp no dia 29 de julho. Assim, a paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) recuou 4,78% em julho/22, a R$ 5,9093/lp (US$ 1,1412/lp) no porto de Santos (SP) e a R$ 5,9198/lp (US$ 1,1433/lp) no de Paranaguá (PR) no dia 29.
Na Bolsa de Nova York (ICE Futures, entre 30 de junho e 29 de julho, o vencimento Out/22, se sesvalorizou 2,38%, fechando a US$ 1,0313/lp no dia 29. Já o contrato Dez/22 caiu 2,12% no acumulado de julho, indo para US$ 0,9674/lp, o Mar/23 recuou 1,34%, a US$ 0,9351/lp, e o Mai/23 caiu apenas 0,48%, a US$ 0,9203/lp.
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USDA
Em relatório divulgado no dia 12 de julho, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) reduziu a estimativa de produção mundial em 0,6% frente ao relatório do mês anterior, para 25,3 milhões de toneladas na safra 2021/22, mas ainda 4,3% superior à temporada 2020/21.
Para o Brasil, especificamente, o Departamento diminuiu em 3,1% o volume produzido frente ao relatório anterior, para 2,678 milhões de toneladas; porém, esta quantidade ainda é superior à da safra 2020/21 (+13,7%). Já o consumo mundial de algodão também caiu (-1,6%) se comparado aos dados de junho/22, indo para 26,082 milhões de toneladas, ficando 1,6% abaixo do da temporada anterior.
As importações mundiais de algodão, por sua vez, estão estimadas em 9,432 milhões de toneladas, quedas de 11,7% frente à safra 2020/21 e de 3% no comparativo com o relatório passado. Já as exportações globais podem somar 9,564 milhões de toneladas, baixas de 9,4% e de 2,7% nas mesmas comparações. Nesse cenário, o estoque final está previsto em 18,297 milhões de toneladas, com aumento de 1,3% frente ao estimado no mês anterior, mas baixa de 4,6% em relação à temporada 2020/21.
Quanto à safra 2022/23, a produção mundial de algodão está projetada em 26,141 milhões de toneladas, 3,3% superior à anterior, mas recuo de 1% frente aos dados de junho/22, pressionada pelos reajustes negativos nos Estados Unidos e no Brasil. Já o consumo mundial de algodão deve aumentar apenas 0,1%, para 26,111 milhões de toneladas, depois da queda de 1,3% frente aos dados de junho/22. As importações globais devem subir 7% frente às da safra 2021/22, mas tiveram queda de 2,4% no comparativo com o mês anterior, indo para 10,34 milhões de toneladas.
As exportações, por sua vez, podem crescer 5,6% frente às da safra 2021/22, somando 10,98 milhões de toneladas, recuo de 2,3% no comparativo mensal. Para os Estados Unidos, especificamente, as quedas
são de 3,5% frente aos dados de junho/22 e de 5,1% em relação à safra anterior, a 3,048 milhões de toneladas.
Já para o Brasil, o USDA estima recuo de 5,1% frente aos dados de junho, mas aumento de 17,7% em relação à safra anterior. Assim, os estoques mundiais finais de 2022/23 podem ser de 18,346 milhões de toneladas, 0,3% acima dos da temporada 2021/22 e 1,8% superiores aos do mês passado.
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Caroço de algodão
Os preços caíram com maior intensidade em julho. Com o avanço da colheita de algodão e do beneficiamento, parte dos vendedores esteve mais flexível em suas pedidas. No entanto, a liquidez foi limitada, pois há compradores que ofertam valores ainda menores e/ou estão focados no cumprimento dos contratos a termo tanto da matéria prima como de seus derivados.
Segundo informações captadas pelo Cepea, o preço médio do caroço no mercado spot em julho/22 em Lucas do Rio Verde (MT) foi de R$ 1.335,14/t, baixas de 14,4% em relação ao mês anterior e de 31,2% sobre o de julho/21 (R$ 1.941,15/t), em termos reais – as médias mensais foram deflacionadas pelo IGP-DI de junho/22.
Em Campo Novo do Parecis (MT), a média caiu 11,6% na comparação mensal e 24,8% na anual, indo para R$ 1.389,46/t em julho/22. Em Primavera do Leste (MT), a média de julho foi de R$ 1.457,01/t, quedas de
11,1% frente à de junho/22 e de 28,2% em relação a julho/21. Em Barreiras (BA), a média caiu 9,4% no mês e 23,7% no ano, a R$ 1.494,55/t em julho/22. Já em São Paulo (SP), a média de julho foi de R$ 1.917,37/t, recuos de 1,4% frente ao mês anterior e de 17,6% se comparado ao mesmo período de 2021.
Por Cepea
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