Inflação, guerra e, nesta semana, um novo lockdown por conta de Covid-19 na China. Semana de volatilidade para o algodão, que foi na contramão das demais commodities e se valorizou bem nos últimos 7 dias
Algodão em NY
O contrato Mai/22 fechou ontem a 121,86 U$c/lp (+4,28%). Referência para a safra 2021/22, o contrato Dez/22 era cotado a 103,52 U$c/lp (+2,05%).
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Preços
Ontem (17/03), o algodão brasileiro estava cotado a 138,75 U$c/lp (+225 pts) para embarque em Abr-Mai/22 (Middling 1-1/8″ (31-3-36) posto Ásia, fonte Cotlook). Para o embarque Out-Nov/22: 119,0 U$c/lp (+100pts).
- Altistas 1: As incertezas causadas pela guerra dominam as atenções do mundo. A produção de algodão pode ser afetada pela guerra de várias maneiras: com a alta dos grãos, a área semeada pode se reduzir nos grandes produtores. A produtividade também pode ser afetada pela dificuldade de abastecimento de fertilizantes.
- Altistas 2: Tomando a cotação do barril de petróleo como um termômetro do sentimento em relação à guerra na Ucrânia, o que vimos esta semana foi um otimismo (petróleo a menos de US$ 100/barril). Mas, com a persistência do conflito, o preço do barril está acima de US$ 106 na Europa hoje.
- Altistas 3: Além disso, a severa seca no Oeste do Texas continua preocupando agricultores americanos. As previsões para as próximas semanas não são animadoras. Enquanto isso, no sul do estado o plantio de algodão já começou.
- Baixistas 1: A China iniciou esta semana mais um lockdown atingindo mais de 45 milhões de pessoas. Entretanto, nesta sexta o governo informou que irá relaxar as medidas em algumas cidades importantes, o que sinaliza uma flexibilização na política de Covid-zero do governo Chinês.
- Logística: Os problemas logísticos persistem, com atrasos e imprevisibilidade nos embarques. Relatos de indústrias apreensivas com a insegurança no abastecimento.
- China: A China Cotton Association (CCA) divulgará em 1º de abril o protocolo de produção sustentável do algodão que a indústria chinesa terá que seguir. É a resposta chinesa à exclusão do país da Better Cotton Initiative (BCI) há dois anos, por conta da denúncia de trabalho forçado na região de Xinjiang.
- Austrália: Chuvas recentes estão permitindo que a irrigação seja completa e não parcial nas lavouras de algodão no país. Isso pode aumentar a produção da safra deste ano, estimada entre 1,1 e 1,2 milhão de toneladas.
- Uzbequistão: Após 12 anos de boicote, saiu nesta semana relatório apontando inexistência de indícios de trabalho forçado no país. Na prática, significa o retorno da pluma do Uzbequistão às grandes marcas. O país deve produzir este ano 740 mil tons de algodão.
- Índia: As entregas de algodão para beneficiamento no país este ano estão 15% abaixo da média dos últimos três anos. Segundo a consultoria Cotlook, a redução pode ser ainda maior e está causando apreensão no mercado local. A Índia é o maior produtor de algodão do mundo.
- Exportações: O Brasil exportou 90,6 mil tons de algodão nas duas primeiras semanas de mar/22. A boa notícia é que, ao contrário dos últimos meses, a média diária de embarque é 17,3% maior quando comparado com mar/21.
Fonte: ABRAPA
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