O preço do leite captado em novembro e pago aos produtores em dezembro caiu 6,2% (quase 17 centavos por litro) frente ao mês anterior, chegando a R$ 2,5286/litro na “Média Brasil” líquida do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP
Esta é a quarta queda consecutiva ao produtor, ainda que, na comparação com o mesmo período do ano passado, se observe alta real de 13,9%. Considerando-se a média de janeiro a dezembro, de R$ 2,6829/litro, o patamar de preços subiu 13,2% em relação ao registrado em 2021 (os valores foram deflacionados pelo IPCA de novembro/22).
Assim, apesar de fecharem o ano em queda, os preços do leite no campo estiveram maiores em 2022. Isso porque houve redução na oferta, explicada pela combinação de um contexto persistente de alta nos custos de produção e de clima desfavorável, por conta do fenômeno La Niña, sobretudo no primeiro semestre.
A saída de muitos produtores da atividade e diminuição nos investimentos de médio a longo prazo no campo culminaram em perda no potencial de oferta neste ano. Com matéria-prima limitada, a disputa entre laticínios se manteve acirrada em 2022, sustentando as cotações ao produtor em patamares elevados, sobretudo entre maio e julho – período de entressafra, quando houve queda brusca tanto na captação do leite quanto nos estoques de lácteos. Desse modo, o primeiro semestre ficou marcado pela restrição da oferta e pela subida consistente dos preços ao longo de toda a cadeia.
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