O setor de queijos artesanais ficou indignado com a apreensão e destruição dos produtos da queijaria Cabanha Mulekinha, em Ibiúna-SP, no dia 17/03, pelos fiscais do Centro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (CIPOA).
Os proprietários da queijaria afirmam que os fiscais foram arbitrários e abusaram de seu poder, alegando uma denúncia anônima. No entanto, eles já haviam iniciado o processo de regularização, tendo os documentos aprovados e aguardando apenas a última inspeção para obter a liberação. Além disso, seu rebanho já possui certificado de livre de tuberculose e brucelose.
Apreensão e destruição de queijos artesanais
A atitude dos fiscais gerou uma grande mobilização das entidades de classe e produtores, que exigiram uma reunião com as autoridades de São Paulo. O Secretário da Agricultura, Antônio Junqueira, se reuniu com os diretores da Associação Paulista do Queijo Artesanal e outras entidades, como Prazeres da Mesa, Associação de Comerciantes de Queijo, Comer Queijo e ABRALEITE, representada pelo coordenador da Comissão Nacional de Queijos e Derivados Lácteos Artesanais, Wander Bastos.
“Quando atualizamos a legislação em SP, tornou-se prioridade a orientação para adequação como forma de ação antes da punição”, comenta Wander Bastos.
“A lei não pode ser reduzida a dois artigos como os fiscais fizeram. O fiscal tem a obrigação de aplicar todos os artigos da lei. Os fiscais não podem escolher apenas os que lhe convém.”, disse Christophe Faraud, presidente da Associação Paulista do Queijo Artesanal-APAQ e membro da Comissão Nacional de Queijos e Derivados Lácteos Artesanais da ABRALEITE.
Após a reunião, a Secretaria de Agricultura emitiu nota reconhecendo o erro e afirmando que as medidas necessárias serão tomadas “Vamos cuidar dos pequenos. Em SP vamos orientar antes de multar.”, afirmou o secretário Antonio Junqueira ao presidente da ABRALEITE.
“Estamos atentos e ao lado dos diversos agentes da cadeia produtiva de leite.“, finaliza Geraldo Borges – presidente da entidade.