O novo ministro das Finanças da Argentina, Hernán Lacunza, tomou posse na manhã de hoje (20) na Casa Rosada, sede do governo. Ele discursou e apresentou suas propostas para a pasta. Lacunza afirmou que sua gestão será centrada em “garantir a estabilidade do câmbio no período eleitoral” e que o Banco Central utilizará todas as ferramentas que tem ao seu alcance para evitar a subida do dólar.
“Entendemos que, em momentos de incerteza, a estabilidade é o bem público mais importante. A situação é complexa mas temos argumentos de sobra para seguir em frente e garantir a tranquilidade dos argentinos nesse processo eleitoral e chegar ao próximo mandato, seja quem for, de um ponto de partida com uma plataforma consistente e robusta para poder recuperar o crescimento. Há várias décadas que um terço dos argentinos não conseguem sair da situação de pobreza e isso é o que mais nos preocupa como governo”, disse Lacunza.
O presidente do país, Mauricio Macri, agradeceu ao novo ministro por ter aceitado uma tarefa “complexa em um momento tão difícil na Argentina”. “O fato de você ter aceitado mostra sua profunda vocação de serviço e coragem. Que, em cada decisão, você tenha como foco cuidar dos argentinos, e eu não te peço como candidato, mas como presidente”.
Macri pediu ainda que Lacunza amenize qualquer custo que o processo eleitoral possa ter na vida diária dos cidadãos nos próximos meses. As eleições gerais acontecerão no dia 27 de outubro. As eleições primárias, que servem como uma grande pesquisa eleitoral e aconteceram no último dia 11, apontaram uma vitória, ainda em primeiro turno, da chapa de oposição Alberto Fernández – Cristina Kirchner (47% dos votos). Macri obteve 32% dos votos.
O novo ministro garantiu, que durante a sua gestão respeitará “as pautas fiscais acordadas com o Fundo Monetário Internacional” (FMI) e fez um convite de diálogo à oposição, para que o país possa conquistar uma maior estabilidade cambiaria.
Representantes do FMI farão uma visita ao país nos próximos dias, para revisar o andamento do acordo em que a Argentina, em troca de um empréstimo de 57 bilhões de dólares, firmou uma série de compromissos. “Entrei em contato com eles (representantes do FMI) e nos próximos dias estarão fazendo uma visita para revisar as metas”, disse o novo ministro. Uma parcela da ajuda, no valor de 5,5 milhões de dólares, está prevista para setembro.
“O presidente me pediu que convocasse os representantes econômicos de todos os candidatos concorrentes nas eleições para nos colocarmos de acordo como homens de Estado em algumas condições básicas para preservar a estabilidade”, afirmou Lacunza.
Hernán Lacunza, que atuava como ministro da Economia da Província de Buenos Aires, assume no lugar de Nicolás Dujvone, que renunciou ao cargo no último sábado (17), afirmando estar “convencido de que, em virtude das circunstâncias, a gestão precisa de uma renovação significativa na área econômica”.
Lacunza é formado em Economia, nasceu na cidade de Buenos Aires, é casado, tem 50 anos e dois filhos.