Claro, em se tratando de consumo, a avicultura de corte brasileira enfrenta desafios tanto internos como externos. Mas uma vez que os maiores problemas de mercado na atualidade estão relacionados às exportações, o que tem sido indagado é se a necessidade de adequação da produção está distribuída homogeneamente por todo o Brasil ou se concentra em determinados estados ou regiões do País
Talvez a melhor resposta seja obtida contrapondo-se os números de exportação da SECEX/MDIC àqueles divulgados pelo IBGE e relativos ao abate inspecionado de frangos. Neste caso (gráfico abaixo) são utilizados apenas os dados relativos aos abates submetidos ao Serviço de Inspeção Federal, visto que somente os produtos sob SIF são exportáveis.
Como o IBGE ainda não disponibilizou dados consolidados relativos ao primeiro trimestre de 2018, o gráfico baseia-se nos abates e na exportação de 2017. Mostra, de princípio, que um terço dos abates federalizados (33,48% do total) tem como destino o mercado externo. Mas – é sabido – esse índice sofre grande variação conforme a região brasileira.
Assim, é o Sul a região mais afetada pela queda nas exportações, porquanto exporta mais de 40% do volume abatido localmente sob SIF. O Centro-Oeste, porém, não fica muito atrás, pois do total “sifado”, a Região exporta cerca de 31%.
No Sudeste a situação é mais cômoda (ao menos sob esse aspecto), pois as exportações da Região correspondem a menos de 20% dos abates sob SIF. E no Norte-Nordeste (aqui apresentados conjuntamente, pois os levantamentos do IBGE não possibilitam a individualização das duas Regiões) no pouco que se abate sob SIF as exportações têm relevância mínima, pois correspondem a apenas 1% do volume total.
Parece estar claro, pois, que neste instante a penalização maior recai sobre Sul e Centro-Oeste. Mas isto não significa que as demais Regiões permaneçam alheias ao movimento de readequação da oferta. Porque, como as exportações, a demanda interna também passa por momento de grande recuo em relação ao consumo de anos atrás.