As receitas dos festejos de Páscoa, tradicionalmente regadas a azeite de oliva, trazem a preocupação com o consumo de um bom produto. Os auditores fiscais federais agropecuários (AFFA) fazem um trabalho intenso para garantir que marcas que não respeitam os parâmetros sejam retiradas do mercado. Mas o consumidor também pode ficar atento e procurar produtos de qualidade.
Para isso, o cuidado começa na observação do rótulo. O primeiro passo é verificar se trata-se realmente de azeite de oliva, obtido exclusivamente do fruto da oliveira, sem misturas. “Parece estranho afirmar isso, mas o fato é que existem muitos óleos compostos a venda, em garrafas iguais às de azeite de oliva, com ilustrações que remetem a oliveira, a azeitona ou a imagens tradicionais em rótulos de azeite; mas que, na verdade, são produtos obtidos com a mistura de, na maioria das vezes, 90% de óleo de soja e 10% de azeite de oliva”, alerta Vinícius Pasquotto, do Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal do Mapa no Rio Grande do Sul.
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O ponto mais relevante a ser observado no rótulo do azeite de oliva extravirgem é a data de envase, pois quanto mais fresco estiver, melhor. Outra questão é o mito de que o mais importante é observar a acidez do produto, e de que quanto menor a acidez, melhor seria o azeite. “Isso é realmente um mito. Na verdade, a acidez sozinha não garante a qualidade do produto. Entretanto, se a acidez for acima de 0,8% o azeite não poderá mais ser considerado extravirgem”, informa Pasquotto.
Outros pontos a serem observados são a data de envase (quanto mais fresco, melhor) e a acidez que consta na rotulagem do azeite. “Mas a acidez não deve ser considerada isoladamente, pois esse percentual pode ser obtido através de refino, o que prejudicaria a qualidade final. Por isso a importância de analisar vários aspectos do produto“.
Faça um teste sensorial!
A certeza de que fez a escolha da marca correta, através da observação das informações do rótulo, pode ser concluída com um teste sensorial.
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Coloque uma pequena quantidade do azeite em um copo de cafezinho, tampe com uma mão e aqueça a base, friccionando com outra mão, por alguns segundos. Depois avalie o aroma que desprenderá do produto. “Se existem aromas desagradáveis como de ranço, fermentação, mofo ou outros ou se predominam aromas agradáveis, como de grama cortada, ervas frescas, amêndoas ou frutas maduras, entre tantos outros”, ensina. O passo seguinte é a degustação: é preciso avaliar o sabor, lembrando que sabores amargos e picantes são características positivas, desejáveis no produto, e representam, via de regra, a presença de polifenóis, substâncias antioxidantes, boas para a saúde.
Trabalho intenso
A atuação dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários começa ainda no registro das empresas produtoras e importadoras do produto. Depois, passa pela verificação dos rótulos, e vai até a fiscalização da qualidade e genuinidade do azeite destinado ao consumidor final, com análises laboratoriais. Frequentemente o Ministério da Agricultura divulga listas de produtos retirados do mercado ou marcas impróprias para o consumo.
Com aumento do cultivo de oliveiras no Rio Grande do Sul, a atividade dos auditores agropecuários também ocorre no fomento e informação dos interessados. “O trabalho dos AFFAs é fundamental neste processo, tanto da importação do produto, para garantir que o material que chega ao país esteja adequado ao consumo, quanto para fiscalizar as marcas após o envase”, explica a diretora de comunicação da Delegacia Sindical do Anffa no RS, Alinne Bernd.
Por: Thais D’Avila – DS-RS Anffa Sindical
AGRONEWS – Informação para quem produz