O frango vivo comercializado no interior paulista encerrou a quarta semana de março (25) enfrentando nova e consecutiva baixa de cinco centavos
Assim, foi comercializado por R$2,65/kg, valor 1,85% e 5,36% menor que os registrados, respectivamente, há um mês e há um ano.
Não era para ser assim. A tendência inicial era a de que março de 2017 repetisse em quase tudo março do ano anterior, quando a cotação vinda de fevereiro (R$2,80/kg) permaneceu inalterada por todo mês, estendendo-se até parte de abril.
Surpreendentemente, porém, ao final da primeira quinzena – época em que, normalmente, o mercado começa a emitir os primeiros sinais de esgotamento – a oferta passou a apresentar estreito ajuste à procura, desempenho que possibilitou nova recuperação de preço.
Era possível ir mais além. Mas aí, quem passou a demonstrar claros sinais de esgotamento foi o consumidor. E o setor começou a resignar-se à perspectiva de ver o valor então vigente estender-se até o final do mês – o que, se confirmado, corresponderia a um valor nominal 2,5% inferior ao de um ano antes. Foi então que veio a fatídica sexta-feira, 17 de março.
Infelizmente, as duas quedas de preço ocorridas no final de semana – e que já não tem nada a ver com a proximidade do fim do mês ou o esgotamento do consumidor – podem ser apenas o começo de uma longa e triste história.
História, aliás, que não chega a ser totalmente inédita. Pois ainda que as circunstâncias sejam completamente diferentes, situação muito parecida foi enfrentada pelo setor em 2006. Foi quando a disseminação da Influenza Aviária entre os continentes asiático e europeu (inclusive com registro de casos humanos fatais) travou as exportações brasileiras de carne de frango.
Então, os preços do frango abatido no atacado paulistano recuaram a valores mais de 40% inferiores à média alcançada um ano antes. Como o frango vivo caminhou na mesma toada e todo o setor passou a enfrentar elevadíssimos prejuízos, a UBA (atual ABPA) houve por bem convocar reunião emergencial no intuito de “administrar melhor a comercialização do frango”.
Convocação e comentários a respeito foram publicados pelo AviSite há onze anos. Ou mais, exatamente, nesta mesma data (27 de março), só que de 2006. Vale a pena rever, reler e repisar o que foi dito naquela ocasião. Para, sendo impossível evitar, ao menos minimizar os problemas que, embora já caminhando para o equacionamento, ainda permanecerão como um fantasma sobre o setor durante algum tempo.