No mercado do trigo, Brasil impulsionará importações em 2024, veja mais informações a seguir
O ano de 2024 promete ser um período desafiador para o agro brasileiro, especialmente no setor de trigo. Apesar da expectativa de um aumento significativo na produção nacional, a qualidade dos grãos colhidos em 2023 foi severamente comprometida devido a condições climáticas desfavoráveis. Esta situação irá impactar diretamente nas importações, com previsões indicando um salto de quase 33% no volume importado no primeiro semestre de 2024.
Desafios na qualidade do trigo nacional
A quebra de safra em 2023 deixou suas marcas na qualidade do trigo produzido no país. Condições climáticas adversas afetaram a formação dos grãos, resultando em uma colheita aquém do esperado em termos de qualidade. Este cenário levanta preocupações sobre a capacidade do mercado interno em suprir a demanda que exige alta qualidade para a produção da farinha.
Projeções da Conab: Importações em alta e exportações em queda
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta um aumento expressivo nas importações de trigo para o Brasil no período de agosto/2023 a julho/2024. A estimativa é de aproximadamente 6 milhões de toneladas, refletindo um incremento de quase 33% em comparação com a safra anterior. Esta decisão estratégica visa suprir a demanda interna por trigo de qualidade superior, essencial para a indústria de panificação e alimentícia.
Em contrapartida, as exportações de trigo deverão enfrentar um declínio notável. A previsão é de uma redução de 24,7%, totalizando cerca de 2 milhões de toneladas exportadas entre agosto/2023 e julho/2024. Este cenário reflete a necessidade prioritária de abastecer o mercado interno diante das limitações na qualidade do trigo nacional.
Tendências globais: Oferta em declínio
Além dos desafios enfrentados no cenário nacional, o agronegócio global também projeta uma diminuição na oferta de trigo para a temporada 2023/2024. Após 04 (quatro) anos consecutivos de crescimento, a oferta mundial do cereal está prevista para declinar, criando um ambiente de competição ainda mais acirrada no mercado externo.
No início de 2023, a oferta de trigo encontrava-se em um patamar elevado, impulsionada pela colheita recorde de 2022. A Conab reportou a marca impressionante de 10,55 milhões de toneladas colhidas no Brasil. Essa produção nacional robusta compensou a redução na disponibilidade do cereal argentino, tradicional fornecedor brasileiro.
Em meados de outubro, a colheita avançou revelando baixa qualidade e quantidade. O Paraná e o Rio Grande do Sul, os dois maiores produtores do país, confirmaram uma redução na produção. Essa constatação só confirma que o ano de 2024 o Brasil aumentará o volume de exportação do trigo.
Diante da baixa qualidade do trigo colhido em 2023, o agro brasileiro se prepara para enfrentar um período desafiador em 2024. A elevação nas importações, especialmente no primeiro semestre, é uma medida estratégica para suprir as deficiências na produção nacional e atender à demanda por qualidade. Este cenário, aliado às tendências globais de declínio na oferta, destaca a importância da adoção de estratégias robustas e inovadoras para garantir a estabilidade e competitividade do setor agrícola no Brasil.
Veja também: Produtor mostra realidade assustadora da safra em MT e afirma manipulação de mercado
Produtor rural grava vídeo mostrando uma realidade oculta sobre a próxima safra de grãos em Mato Grosso, com cenas de talhão de soja morta devido a estiagem e áreas sem nenhum plantio, produtor estima colheita de “20 a 25 sacas/ha“. Ele também faz afirmações sobre manipulação de mercado para desorientar os produtores “Vamos parar com essa história de 150, 160 milhões de toneladas. Gente, Ajudem o produtor rural. Vamos parar de especulação, parar de maquiar o mercado.“
Vídeo: Uma realidade oculta e assustadora
Em entrevista ao Agronews, Jonas José Apio, produtor rural em Água Boa, Mato Grosso, descreve um cenário desafiador enfrentado por muitos agricultores brasileiros. A safra de soja, tão vital para a economia agrícola do país, está sujeita a variáveis climáticas e condições adversas que impactam diretamente o produtor no campo.
Aperte o play no vídeo abaixo e confira o depoimento do produtor Jonas Apio.
Por Daniele Balieiro/AGRONEWS®
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