Preço médio por tonelada passa de US$ 2,5 mil; receita com os embarques deve crescer até 27%, estima Expedição Suinocultura 2017
Enquanto a oferta global de carne suína está em queda, a produção cresce no Brasil. O cenário, que favorece as cotações, beneficia sobremaneira as exportações brasileiras. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o valor pago por tonelada da proteína no mercado internacional está 26,34% mais alto para o período, chegando ao patamar médio de US$ 2,5 mil/t, contra US$ 1,9 mil/t praticado em 2016. Os embarques, no entanto, devem fechar 2017 com índice semelhante ao do ano passado, conforme dados da Expedição Suinocultura. Com a manutenção do volume embarcado e os preços em alta, a receita tem potencial para crescer até 27%.
Por questões ambientais e sanitárias, a China reduziu o número de matrizes e, consequentemente, a produção de suínos. O maior consumidor e produtor da proteína no mundo passou a importar mais, abrindo espaço para a carne brasileira. “Sempre ocupamos o 4º lugar nas exportações, mas nunca tivemos tanto volume. Em 2016, colocamos carne suína no mercado internacional e alcançamos a marca de 732,9 mil toneladas. A considerar o desempenho surpreendente em 2016, este ano a tendência é de estabilidade em volume embarcado”, avalia o gerente do Núcleo de Agronegócio Gazeta do Povo e coordenador da Expedição Suinocultura, Giovani Ferreira.
Para 2017, a estimativa do projeto técnico-jornalístico aponta crescimento de até 1% nos embarques (740,2 mil toneladas), 2% em produção (3,77 milhões de toneladas) e 27% na receita da suinocultura com exportações (US$ 1,81 bilhão). O abate de suínos cresceu 1,3% entre janeiro e agosto, sendo a única proteína animal com salto positivo em produção no acumulado deste ano. Quando o assunto é receita, o Brasil já acumula alta de 24,1%. Os dados parciais deixam o setor otimista com o desempenho que pode ser alcançado em 2017.
O desafio, a partir de agora, será continuar derrubando barreiras sanitárias para conquistar novos mercados. Para tanto, segundo o gerente de produtos da MSD Saúde Animal, Robson Gomes, será preciso investir ainda mais em tecnologia e bem-estar animal. “Sanidade é um fator determinante para o sucesso da suinocultura. A produção de suínos brasileira tem alto nível sanitário e permite atingirmos os melhores índices de produtividade. Investimentos em prevenção, biossegurança e rastreabilidade são cada vez mais considerados nos sistemas de produção brasileiros, assim como melhorias nas condições do bem-estar animal e uso consciente de antimicrobiano”, destaca.
Fonte: Acrismat