Foi em 1º de agosto de 1975 que o navio finlandês Aconcágua zarpou do porto de Itajaí, em Santa Catarina, levando para o Oriente Médio as primeiras 650 toneladas de carne de frango do Brasil.
Nos cinco meses restantes daquele ano, a média mensal exportada não ficou muito acima do volume inicial, visto que o total embarcado em 1975 ficou próximo, mas aquém, das 3.500 toneladas (média mensal de 693,8 toneladas entre agosto e dezembro).
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Mas nos anos seguinte o incremento veio rapidamente. De 466% em 1976; de cerca de 60% nos três anos seguintes; de mais de 100% de 1979 para 1980 – resultados que representaram expansão de 4.763% no primeiro quinquênio das exportações brasileiras do produto.
Lógico, frente aos padrões atuais, os embarques então consolidados eram pouco expressivos, já que – por exemplo – o total exportado nos 12 meses de 1980 (perto de 170 mil toneladas) é alcançado, hoje, em menos de 15 dias de embarques. Mas tinham expressividade ímpar, pois representavam a entrada em um mercado até então dominado por americanos e alguns poucos países europeus que não davam chance de penetração para outros concorrentes.
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Mesmo assim, foi preciso aguardar outras duas décadas até que o Brasil galgasse a posição de grande player nas exportações de carne de frango. E se deslanchou a partir de 1995, nove anos depois (2004) o comércio internacional da carne de frango colocou o País no posto de líder do setor, colocação que mantém de forma imbatível há 16 anos.
Notar, pelo gráfico abaixo, que nesses 45 anos as exportações brasileiras sofreram redução mais incisiva em apenas duas ocasiões: em 2006 e no biênio 20017/2018. A primeira foi decorrente de surto de Influenza Aviária em grande parte do Hemisfério Norte, com efeitos devastadores sobre o comércio mundial da carne de frango. A segunda é reflexo dos desdobramentos da mal conduzida (e pessimamente batizada) “Operação Carne Fraca”.
Mas não necessariamente por isso (e nem por conta da atual pandemia de coronavírus), as exportações de carne de frango já não evoluem no mesmo ritmo anterior. No atual quinquênio (e prevendo que os embarques do ano aumentem 4%, chegando aos 4,340 milhões de toneladas) devem se expandir ao menor índice destes nove quinquênios de história. É, tudo indica, a chegada a um ponto de estabilização a partir do qual os incrementos anuais, mesmo sendo contínuos, serão mínimos.
Por Avisite
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