Acre, Rondônia, Amazonas, Paraná e parte de Mato Grosso começam a deixar de imunizar o rebanho bovino a partir de novembro de 2019
O controle do trânsito de animais será cada vez mais rigoroso no Acre, em Rondônia, parte de Mato Grosso, do Amazonas e do Paraná para prevenir o ressurgimento de focos de febre aftosa nessas regiões. Nesses Estados a vacinação contra a doença começará a ser retirada a partir de novembro de 2019, informou nesta terça-feira (4/12) o Ministério da Agricultura, em nota.
As ações para reforçar essa vigilância nos limites domésticos e de fronteiras com os países vizinhos estão sendo discutidas na sede da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), em São Paulo (SP), nesta terça e quarta-feira. Prioritariamente, esses Estados precisam reforçar os atuais postos de fiscalização, construir novos e ampliar os controles, a fim de cumprir as exigências para atingir o status de zona livre de febre aftosa sem vacinação.
As medidas de vigilância integram as ações do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (Pnefa) 2017/2026.Participam da reunião representantes do Ministério da Agricultura, do serviço veterinário dos Estados e do setor privado, do Centro Panamericano de Febre Aftosa (Panaftosa), do Fórum Nacional dos Executores de Sanidade Agropecuária (Fonesa), da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e da Faesp.
O coordenador do Panaftosa, Júlio Cesar Augusto Pompei, afirmou que a última etapa do Plano Hemisférico de Erradicação da Febre Aftosa na América do Sul (Phepa), que prevê o continente livre da doença, não é um sonho impossível, mas “um futuro próximo”, conforme nota da Faesp. A principal iniciativa no momento é garantir a vacinação de rebanhos na Venezuela, que faz fronteira com o Brasil e recentemente apresentou focos da doença.
A vacinação na Venezuela, disse Pompei, é de interesse do Brasil, para que se obtenha “maior segurança” na região. “Temos de interromper a circulação do vírus na Venezuela e na Colômbia”, disse. Desde 2006 o Brasil não apresenta focos de aftosa. Faz parte da estratégia conjunta na Venezuela, coordenada pelo Panaftosa, de concretizar um plano de vacinação no país durante dois anos, podendo ser prorrogado por mais dois anos. Para tanto, se buscará a criação de um fundo privado para garantir o cumprimento das campanhas.
Os países participantes buscarão também apoiar as ações com o envio de profissionais e doação da vacina. Na mesma reunião, o presidente da Faesp, Fábio Meirelles, comentou que a entidade tem trabalhado em conjunto com o Conselho Nacional de Pecuária de Corte (CNPC) para traçar estratégias de vigilância no trânsito nacional e internacional de animais.
A Faesp defende, também, a antecipação do status de área livre de aftosa sem vacinação e a criação de um fundo privado, com fins indenizatórios e educacionais, como já ocorre atualmente em Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Goiás.
Fonte: Globo Rural