A colheita de café da safra brasileira 2021/22 entra na reta final, faltando menos de 10% a colher do esperado para a produção. Segundo levantamento semanal de SAFRAS & Mercado, a colheita chegava a 92% até o dia 17 de agosto. Na semana anterior, a colheita estava em 89%
Tomando por base a estimativa para a produção de café do Brasil em 2021/22, de 56,5 milhões de sacas de 60 quilos, é apontado que foram colhidas 52,20 milhões de sacas até o dia 17 de agosto.
A colheita está abaixo de igual período do ano passado (94%). Os trabalhos estão levemente atrasados também frente à média dos últimos 5 anos, que é de 94%.
Segundo o consultor de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, a colheita de café ganhou um pouco mais de ritmo e chega à reta final. “O tempo seco associado ao interesse do produtor em terminar colheita e secagem antes da chegada das chuvas em setembro justifica a performance das últimas semanas”, comenta.
Os trabalhos com arábica seguem em bom ritmo e alcançam 88% da produção. Ainda assim, abaixo de igual época do ano passado, quando alcançava 91%, e também aquém dos 92% da média histórica para o período. “Na contramão de uma baixa produção, o aspecto uniforme, a boa bebida e a peneira graúda garantem a qualidade da safra”, diz Barabach. No conilon os trabalhos estão encerrados, a exemplo, de igual período do ano passado e em linha com a média dos últimos 5 anos.
No mercado, o café anda de lado e busca acomodação na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) depois do rally pós-geada no Brasil, como indica Barabach. “O clima perdeu influência, sem novas ameaças com o frio no Brasil. Estamos nos encaminhando para o fim da temporada fria e, embora ainda haja possibilidade de massas de ar polares no Brasil, devem ficar restritas ao Sul do país, ameaçando muito pouco as lavouras de café. No radar a chuva ou a falta dela”, comenta.
Siga-nos: Facebook | Instagram | Youtube
Barabach coloca que o petróleo, decisões do Fed (Federal Reserve, o Banco Central norte-americano) e a variante delta trazem volatilidade de curto prazo às cotações de café. “Em todo caso, o arábica nova-iorquino oscila dentro de um intervalo estreito, tomando fôlego, enquanto espera o fim do inverno e a chegada de setembro. É bom lembrar que as chuvas de setembro serão cruciais para a próxima safra brasileira. E, por isso, servirão para direcionar o mercado a partir do último trimestre de 2021”, adverte.
Ao longo de agosto a posição Dezembro/2021 caiu a 174,50 cents, na mínima do dia 01 de agosto, e subiu à máxima de 189,95 cents no dia 12 de agosto. “A amplitude do movimento é de 8,9% ou 1.545 pontos. O mercado estreita o movimento, tendo como como primeiras referências o suporte de 180 cents e a resistência em 190 cents”, avalia o consultor.
Por Lessandro Carvalho/ Agência Safras
AGRONEWS – Informação para quem produz