Captação de leite formal alcançou 24,1 bilhões de litros, ante 23,1 bilhões de litros no ano anterior.
Os 14 maiores laticínios do Brasil receberam 8,6 bilhões de litros, em 2017, o equivalente a 23,5 milhões de litros diários. Esse número representa um crescimento de 5,6% comparado ao volume do ano anterior. Segundo o ranking divulgado pela Leite Brasil neste mês de abril, a capacidade instalada de processamento dessas empresas foi de 13,8 bilhões de litros ao ano. Isso significa que elas utilizaram 62,1% da sua capacidade ante 60% no ano anterior. Apesar desse aumento, nos últimos sete anos as empresas participantes do ranking tiveram um nível de utilização baixo, na faixa de 63%.
Para o diretor da Sociedade Nacional de Agricultura, Alberto Figueiredo, a ociosidade dos laticínios, somada à influência do custo fixo sobre o custo total de beneficiamento de leite são os principais fatores de redução da competitividade desses estabelecimentos. “Isso tem afetado a capacidade de remuneração dos fornecedores de matéria-prima, fazendo aumentar a diferença de valores pagos aos produtores, em função do volume produzido”, diz ele.
Segundo o ranking, a produção diária do produtor médio dessas empresas cresceu 7,1%, frente a 5,4% do ciclo anterior, mas, ainda assim, ficou 10,8% abaixo de 2015. Na média, a produção diária foi de 407 litros ante 381 litros no levantamento de 2016, quando o número de produtores fornecedores caiu 8,2% , frente a 5% no ano passado.
A primeira do ranking, a Nestlé, aumentou a sua captação em 0,3%, para 1,6 bilhão de litros. O Laticínio Bela Vista (Piracanjuba), segunda empresa do ranking, teve um crescimento de 20,9% na captação. Na terceira posição, a marca Unium, lançada em novembro do ano passado pelas cooperativas paranaenses Frísia, Castrolanda e Capal, teve uma evolução de 17,6% na captação.
TENDÊNCIA
Na opinião de Figueiredo, a tendência é a maior presença dos grandes produtores, são mais econômicos para os laticínios, em função da qualidade do produto, e, principalmente da racionalização do frete. Por isso mesmo, tem havido, ao mesmo tempo, a redução do número de produtores e o aumento do volume individual de leite. “Há uma tendência entre as empresas em estimularem esse incremento de produção”, afirma. “Esse incentivo financeiro tem provocado investimentos entre os produtores, para o aumento de volume por unidade produtiva e as estatísticas demonstram isso.”
Conforme explica, inevitavelmente, seguindo a tendência mundial, também tem ocorrido a fusão de laticínios, aumentando a concentração do beneficiamento em torno de um número cada vez menor e mais forte de empresas.
ESTUDO
Na opinião de Figueiredo, a cadeia produtiva do leite no Brasil necessita de um estudo, sob o ponto de vista econômico, voltado para o mercado internacional. “O objetivo é identificar a viabilidade de estabelecimentos produtores, de transporte, de industrialização, de distribuição e comercialização, de modo a permitir a indução de unidades sustentáveis, reduzindo o risco de frustração nas operações de crédito”, explica.
RECUPERAÇÃO
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), após cair por dois anos seguidos, em 2017, ocorreu a recuperação na produção de leite, em razão da maior oferta de matéria-prima. A captação de leite formal superou em 4,4% a de 2016 e alcançou 24,1 bilhões de litros, frente 23,1 bilhões de litros na temporada anterior.
Por Equipe SNA/SP