Não chega a surpreender. Mas é triste constatar que entre os 10 principais importadores da carne de frango brasileira já não há nenhum país europeu. O último a sair do rol foi a Holanda, que apenas cinco anos atrás (2013) ocupava a sexta posição
Outra ausência sentida – mas determinada por outras razões – é a da Venezuela. Também cinco anos atrás o país fechou o primeiro trimestre como o sétimo principal importador da carne de frango brasileira. No ano passado, mesmo período, já havia caído para a 22ª posição. Em 2018 – e pelo menos até agora – as exportações de carne de frango para a Venezuela se encontram zeradas.
Em contrapartida a essas perdas, a lista dos 10 principais importadores tem um novo ocupante: o México, um ano atrás na vigésima posição e agora no oitavo posto. No trimestre, o México aumentou suas compras em 78%, mas isso implicou em uma redução de cerca de 20% no preço médio do produto, pois a receita cambial decorrente desse volume aumentou pouco mais de 40%.
No trimestre, o mercado chinês (China + Hong Kong) manteve-se na liderança das importações, com um volume pouco superior a 174 milhões de toneladas, 4% a mais que o registrado no mesmo trimestre de 2017. Já a receita daí proveniente (US$302,7 milhões) aumentou 5,3%, pois o produto exportado para Hong Kong obteve ligeira melhora no preço médio.
Isoladamente e como ocorre historicamente (salvo algumas poucas exceções), a Arábia Saudita continua como o principal mercado de destino da carne de frango brasileira, respondendo por cerca de 15% do volume e da receita cambial do setor.
Esse posicionamento, no entanto, permanece como uma das principais preocupações do setor exportador de carne de frango face à exigência (por ora apenas dos sauditas) de eliminar-se, no abate Halal, o pré-atordoamento das aves por choque elétrico.
Como resultado de negociações desenvolvidas pelo MAPA, a aplicação dessa exigência já foi protelada por duas vezes e está suspensa até 30 de abril – o que deve influenciar positivamente as exportações do corrente mês.
Mas o que irá ocorrer a partir de 1º de maio é, ainda, uma grande incógnita. E se essa questão não for equacionada, as exportações brasileiras podem ser ainda mais afetadas do que atualmente, porque problemas igualmente sérios vêm sendo enfrentados também na União Europeia.
Fonte: Avisite