Não fosse suficiente o imbróglio que envolve Brasil e União Europeia, o surgimento de outro fator, absolutamente distinto, coloca em risco as exportações brasileiras de carne de frango para aquele mercado: as importações norte-americanas de aço
O fechamento da União Europeia à carne de frango norte-americana é coisa antiga, da década de 70 do século passado. A proibição poderia ser tachada de protecionismo ou barreira comercial, mas os europeus sempre recorreram a argumento de ordem sanitária: a higienização final do frango abatido nos EUA com cloro, que eles não aceitam.
Foi a partir daí que o Brasil tornou-se o principal fornecedor daquele mercado. Em 2000, foram exportadas para a União Europeia pouco mais de 134 mil toneladas de carne de frango do Brasil. Em 2015 esse volume superou as 407 mil toneladas – incremento médio próximo de 8% ao ano no espaço de 15 anos.
Agora, a depender do encaminhamento que os europeus deem à questão do aço, aquele mercado – hoje atendido sobretudo por Brasil e Tailândia (que também avança no Velho Mundo) – pode voltar a ter um participante de peso. Porque, em troca de barreiras menores ao aço europeu, vem sendo manifestada disposição em ceder espaço a produtos agrícolas norte-americanos. E, nessa área, onde o lobby é extremamente forte, a abertura à carne de frango dos EUA é uma das mais reclamadas.