A despeito do fraco desempenho registrado em agosto – receita de US$501 milhões, US$100 milhões a menos que em julho e o pior resultado dos últimos quatro meses – a carne de frango manteve a quinta posição na pauta cambial: acumula nos oito primeiros meses de 2019 receita próxima de US$4,2 bilhões, valor cerca de 9% superior ao de idêntico período de 2018. Continua atrás, portanto, apenas da soja, petróleo, minério de ferro e celulose
Com esse desempenho, a participação da carne de frango na pauta cambial brasileira chega a 2,82% do total, resultado que representa incremento 15% sobre os 2,44% de participação alcançados nos mesmos oito meses de 2018.
A realidade, porém, é que – já em setembro corrente – a carne de frango deve perder a atual posição na pauta e cair para a sexta posição. Não por apresentar queda de receita, mas porque o agora concorrente mais próximo avança numa velocidade avassaladora.
Trata-se do milho, cuja receita neste ano já aumentou mais de 160%, chegando a um valor que, no acumulado de 2019, corresponde a quase 97% da receita da carne de frango.
Notar, neste caso, que dois meses atrás, no fechamento dos resultados do primeiro semestre, o milho sequer integrava o rol dos 10 principais produtos exportados pelo Brasil. Entrou nesse rol em julho passado (8ª posição) e, no momento, ocupa o sexto posto – 10 posições acima da registrada um ano atrás.
E o que fez a diferença neste semestre foram os embarques de julho e agosto, da ordem de 14 milhões de toneladas, volume gerador de uma receita próxima de US$2,5 bilhões (média mensal de US$1,233 bilhão no bimestre julho-agosto).
Dado que até aqui a receita média mensal da carne de frango não tem chegado nem à metade desse último valor (nos últimos 12 meses, média de US$515,3 milhões mensais), é inevitável que já em setembro o milho ocupe a posição hoje pertencente ao frango ou, até, pule direto para a quarta posição.
Fonte: Avisite