Embora sujeitos, ainda, a algumas (pequenas) mudanças, os dados do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) relativos às exportações mundiais de carne de frango em 2017 apenas confirmam que a despeito dos reveses enfrentados no mercado externo, o Brasil permaneceu na liderança isolada do segmento, pois, considerado apenas o produto in natura, respondeu por cerca de 36% das exportações mundiais. Mas esse índice vem sofrendo deterioração
Pelo mesmo USDA, nos últimos 10 anos as exportações mundiais de carne de frango aumentaram perto de 50%, passando de pouco mais de 7 para 11 milhões de toneladas anuais. E como, nessa expansão, as exportações brasileiras aumentaram pouco mais de 30% (ou seja, quase 20 pontos percentuais abaixo da média mundial), seria natural supor que o espaço deixado tenha sido ocupado pelo nosso principal concorrente, os EUA.
Mas não. O índice de aumento das exportações norte-americanas em uma década foi ainda menor que o do Brasil, não chegando a 15%. Ou seja: a grande expansão ocorreu entre os demais exportadores, cujo volume negociado internacionalmente no período aumentou mais de 130%.
O principal efeito desse grande incremento foi, naturalmente, a perda de participação dos dois exportadores líderes. A participação brasileira, em 2007 superior a 40% e agora inferior a 36%, recuou 12%. E a dos EUA – que passou de 36,28% para 27,86% – recuou 23%. Em benefício, claro, dos demais exportadores, cuja participação aumentou 58%, passando de cerca de 23% em 2007 para pouco mais de 36% no ano passado.
Apesar, porém, da perda de participação, vale repetir que a posição brasileira (34,85% do total) é, sem dúvida, imbatível. Pois, tirante os EUA com 27,86% de participação, o concorrente mais próximo é a União Europeia, com menos de 12% das exportações globais. A Tailândia vem na sequência, com cerca de 7% de participação.
De toda forma, os concorrentes menores vêm ocupando espaços que já pertenceram tanto ao Brasil como aos EUA. Isto, sem considerar antigos importadores hoje transformados em exportadores. Casos, por exemplo, da Turquia e da Rússia que, juntas, já respondem por cerca de 5% das exportações mundiais de carne de frango.