Em recente trabalho conjunto, a Agência das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico(OCDE) ratificaram a maior expansão futura da carne de frango em relação às carnes bovina e suína
Mas sinalizaram que a liderança do produto avícola será marcada, também, por uma baixa evolução dos preços nos próximos anos.
O estudo tomou como base os preços médios do triênio 2015/2017. E projeta como deverão se comportar esses preços no decêndio 2018/2027. No gráfico abaixo, a nova projeção foi incorporada aos preços nominais e reais registrados desde 1997 e, assim, o resultado final é um panorama abrangendo três décadas.
Primeira e principal constatação: os excelentes preços alcançados no início da presente década (2011), ocasião em que a remuneração obtida pela tonelada de carne de frango in natura chegou a ultrapassar os US$2 mil, não devem ser repetir. O máximo previsto por OCDE/FAO é algo em torno dos US$1.725/t, valor que, por sua vez, é menos de 1% superior ao estimado para 2021 (US$1.708/t). Ou 4,38% maior que a média de 2017 – o que significa que nestes próximos 10 anos o incremento será inferior a meio por cento ao ano.
Mas tudo isso está relacionado, apenas, ao valor nominal alcançado pela carne de frango. Pois, considerados os valores reais, o panorama é ainda mais desafiador. Porque, considerado o valor real de pouco mais de US$2.000/t alcançado em 2011, a expectativa é a de que se chegue a 2017 com um valor real perto de 40% menor, ou seja, o equivalente a cerca de US$1.200/t. Que, por seu turno, corresponde a uma redução da ordem de 30% em comparação ao valor real de 1997, pouco mais de 20 anos atrás.
Seria lógico concluir que essa baixa valorização da carne de frango decorre do aumento expressivo da produção e do fato de ser a carne mais produzida no mundo. Ou, simplificando, mera questão de oferta e procura. Mas não é bem assim: as carnes bovina e suína passam pelo mesmo processo.
É verdade que a desvalorização da carne bovina é bem menor. Tende a chegar a 2027 com um preço real cerca de 10% menor que o alcançado em 1997. Já a desvalorização da carne suína chega a quase 50%.
Fonte: Avisite