Os dados preliminares relativos à produção de carne de frango no 2º trimestre de 2018, divulgados ontem pelo IBGE, mostram que entre abril e junho deste ano foram processadas em estabelecimentos sob inspeção federal, estadual ou municipal pouco mais de 1,350 bilhão de cabeças de frango, volume que representou decréscimo de 5,44% sobre o mesmo trimestre de 2017 e de 8,30% sobre o trimestre anterior, o primeiro de 2018
O resultado apontado correspondeu, também, ao menor número de cabeças abatidas nos últimos seis trimestres, ou seja, desde o primeiro trimestre de 2017 – ocasião, aliás, em que o volume de cabeças abatidas foi 10% superior ao registrado neste último levantamento.
A carne de frango decorrente desses abates também retrocedeu ao menor nível dos últimos seis semestres: o total produzido girou em torno dos 3,325 milhões de toneladas, resultado que configura reduções de 1,78% e 5,18% sobre, respectivamente, o mesmo trimestre de 2017 e o primeiro trimestre de 2018.
A desproporção entre cabeças abatidas e carne produzida resulta, claro, de uma significativa variação no peso dos frangos abatidos. E, efetivamente, o peso médio por cabeça abatida no 2º trimestre de 2018 ultrapassou os 2,450 kg, superando todos os resultados anteriores.
Em condições normais, aumentos do gênero têm sido atribuídos, sobretudo, ao aumento de produtividade das linhagens atualmente criadas no País. Neste caso, porém, o aumento (excepcional frente às médias anteriores) é resultado, exclusivamente, da greve dos caminhoneiros que paralisou o País e os abates entre o final de maio e os primeiros dias de junho.
Em outras palavras, com a paralisação, aves que não morreram por falta de ração e que deveriam ser abatidas com 40-45 dias de idade, chegaram a permanecer nas granjas por mais de 10 dias além da idade de abate. E isto, em linhagens que hoje registram ganho de peso diário superior a 50 gramas faz uma grande diferença.
A registrar que – a despeito da grande redução enfrentada no segundo trimestre do ano – a produção de carne de frango dos seis primeiros meses de 2018 não sofreu redução em relação a idênticos períodos anteriores. Pelo contrário, aumentou meio por cento em comparação ao mesmo semestre do ano passado e 0,3% em comparação ao segundo semestre de 2017.