O novo ministro da Agricultura, Blairo Maggi, parte nesta semana para a China, onde tentará dar prosseguimento às negociações comerciais iniciadas na gestão de sua antecessora, Kátia Abreu, com o objetivo de abrir mercado para os produtos do agronegócio brasileiro.
Maggi chegará a Pequim no dia 1º de junho, já para uma reunião com autoridades da Aqsiq, órgão do governo chinês responsável pela defesa agropecuária do país. Na ocasião, o ministro deverá acertar a vinda ao Brasil, ainda neste ano, de uma missão de fiscais chineses para inspecionar dezenas de plantas industriais de carnes bovina, de frango e suína de empresas que reivindicam habilitação para exportar para o país asiático.
O número de unidades industriais ainda será negociada com a China nesse encontro, mas será definido dentro de uma lista contendo mais de 100 frigoríficos.
A investida que poderá render resultados mais rapidamente, porém, é para que sete frigoríficos – seis de carne de frango e um de suína – que “deviam” alguma documentação, mas que já regularizaram a situação, sejam habilitados por Pequim. Essas plantas já foram inspecionadas em 2012 pelos chineses e aguardam apenas a liberação oficial.
Em todos os casos de novos frigoríficos que pleiteiam o sinal verde do governo chinês, os trâmites burocráticos são menores e não é necessária a edição de um novo certificado ou protocolo sanitário. A equipe técnica da área internacional do ministério brasileiro já encaminhou todas as solicitações exigidas pela China.
No dia 3, Blairo Maggi também deverá participar de um encontro com os ministros de Agricultura do G-20, grupo que reúne os 20 países mais desenvolvidos do mundo, onde também terá agendas bilaterais com autoridades da Argentina, do Japão, da Rússia e da Coreia do Sul.
O Brasil também reivindica a abertura do mercado sul-coreano para a carne suína, processo que está no estágio final de negociações, de acordo com uma fonte do Itamaraty. Trata-se de uma demanda antiga do Ministério da Agricultura, articulada há anos.
Dentre outras ofensivas na área comercial, o novo ministro também tentará destravar a esperada permissão para que produtores e empresas brasileiras possam enfim embarcar milho para a China. Há quatro anos, os dois países assinaram acordo que previa embarques do cereal pelo Brasil. Contudo, devido a uma série de exigências fitossanitárias impostas até hoje por Pequim, a autorização não foi efetivada. Para isso, o ministério quer acertar os detalhes pendentes.
A China é um grande produtor mundial de milho e atualmente conta com gordos estoques do cereal. Daí a demora, que também afeta outros exportadores.