Na contramão do mercado, a carteira de poupança do Sicredi – instituição financeira cooperativa com mais de 3,2 milhões de associados – registrou, em junho, um incremento de R$ 350 milhões (somando todas aplicações, menos os resgates e mais os rendimentos).
O resultado nacional representa um aumento de 6,4% na comparação com o mês anterior, enquanto o sistema financeiro manteve a carteira praticamente estável, com crescimento de apenas 0,06%.
No acumulado do primeiro semestre de 2016, os números do Sicredi também são positivos. No período, a carteira de poupança do Sicredi apresentou crescimento de 13,5%, com incremento de aproximadamente R$ 700 milhões, enquanto o mercado sofreu retração de 2,8%, com captação líquida negativa na ordem de R$ 42 bilhões, o pior resultado em mais de 20 anos.
Nos estados do Mato Grosso, Pará e Rondônia, o Sicredi obteve incremento, em junho deste ano, de 52,4 milhões, representando 15% do resultado nacional, sendo R$30 milhões só no estado Mato-grossense. Analisando o primeiro semestre de 2016, o crescimento da carteira de poupança, destes 3 estados, foi de 20,8%, um acréscimo de mais de R$ 89 milhões.
De junho de 2015 a junho de 2016, o crescimento da carteira de poupança do Sicredi nacional foi de 25,5%, com incremento de cerca de R$ 1,2 bilhão. No mesmo período, o mercado registrou retração de 1,3%, com captação líquida negativa na ordem de R$ 57,6 bilhões.
A caderneta de poupança segue como o investimento mais popular entre os investidores brasileiros. No entanto, o que tem se observado é que há um movimento maior de retirada do que de aplicação. De acordo com dados do Banco Central do Brasil (BC), em junho, no conjunto de todas as instituições financeiras do País, a poupança fechou o sexto mês seguido com os saques superando o número de depósitos, em R$ 3,718 bilhões. De janeiro a junho de 2016, o volume de saque líquido atingiu R$ 42,6 bilhões, sendo o pior primeiro semestre da série histórica do BC, desde 1995.
Para João Carlos Spenthof, presidente da Central Sicredi Centro Norte (que abrange os estados do Mato Grosso, Pará e Rondónia), a Poupança ainda pode ser vista como uma boa opção para pequenos poupadores, para pessoas que buscam aplicações de curto prazo, ou que procuram formar um “fundo de reserva” para emergências, pois além de ser um investimento seguro, ainda é isento de imposto de renda para pessoa física. “ Para o Sicredi, o foco na captação de poupança possui o grande objetivo de apoiar o associado na construção de uma reserva, incentivando a educação financeira. Sem contar que a comunidade local também é beneficiada, principalmente em regiões como o Mato Grosso, já que parte dos recursos retornam para custear o agronegócio”, reforça João Carlos.