Cerveja de mandioca: Embrapa e Ambev selecionam genética para aumento de produção

Cerveja de mandioca: Embrapa e Ambev selecionam genética para aumento de produção

Matéria-prima para cerveja de mandioca, bebida típica do Maranhão, pode ter até 30% mais produtividade.

Cerveja de mandioca

A Embrapa Cocais e a cervejaria Ambev iniciaram o desenvolvimento de cultivares de mandioca para serem matéria–prima da cerveja Magnífica, bebida regional comercializada no Maranhão.

Os pesquisadores da Embrapa plantaram melhoramentos genéticos da raiz* nos municípios de Magalhães de Almeida, Itapecuru Mirim e Pedro do Rosário entre novembro e janeiro. Estes clones foram desenvolvidos pelo programa de melhoramento genético da Embrapa Mandioca e Fruticultura e recomendadas a produtores do estado.

Segundo o pesquisador Guilherme Abreu, da Embrapa Cocais, líder do projeto, são cerca de 300 genótipos em cada local. A expectativa é a recomendação de duas ou três variedades de alta produtividade de raízes e alto teor de amido em diferentes condições. Isso também permitirá, inclusive, melhorar a qualidade da cerveja produzida pela Ambev, parceira na pesquisa.

“Procura-se produtividade acima de 30 toneladas por hectare e teor de amido igual ou maior a 30%. O trabalho de avaliação das características agronômicas dos genótipos e definição de tecnologias para maximizar o potencial das lavouras e raízes repercutirá também na qualidade dos demais subprodutos de mandioca, como a farinha”, completa.

O trabalho de transferência de tecnologia voltado para o manejo da cultura da mandioca está associado arroz, feijão e milho, de acordo com as recomendações do Consórcio Rotacionado de Inovação na Agricultura Familiar – CRIAF, tecnologia desenvolvida pela Embrapa Cocais.

Também será implantado a Reniva (Rede de Multiplicação e Transferência de Maniva-semente de Mandioca com Qualidade Genética e Fitossanitária), da Embrapa Mandioca e Fruticultura. “Estamos mostrando para essas comunidades atendidas o diferencial do manejo tecnificado, com uso de adubos, herbicidas e defensivos, quando necessário”, detalhou o pesquisador.

Para João Zonta, chefe de pesquisa e desenvolvimento da Embrapa Cocais, a adoção de tecnologias vai oferecer nova oportunidade de comercialização. A ideia é propiciar melhores garantias de compra, venda e de preço das raízes, com venda direta do produtor à indústria, sem a participação dos intermediários.

“A cadeia da mandioca ainda está se desenvolvendo no Maranhão e os cultivos no Estado se caracterizam pelo baixo nível tecnológico. Além de disponibilizar material genético de qualidade, percebemos que é necessário atuar em outras áreas, como por exemplo o manejo da cultura e a mecanização, e ainda transferência de tecnologia, o que torna o projeto bastante abrangente”, completou.

O projeto inclui treinamento de agricultores, técnicos em mecanização e manejo da cultura e empreendedorismo comunitário e ainda produção de manivas sementes. Além da Ambev, são parceiros nesse projeto a Embrapa Mandioca e Fruticultura e a Embrapa Amapá e a Fundação Eliseu Alves.

A pesquisadora da Embrapa Cocais Guilhermina Cayres participa do projeto com a atividade de seleção e acompanhamento de agricultores familiares na organização do processo produtivo.

“A inclusão de inovações tecnológicas no processo produtivo implica na reorganização do trabalho familiar ou coletivo na cooperativa. Por isso, identificar objetivos comuns entre os agricultores é fundamental para manter a continuidade do trabalho colaborativo durante e após o período da atuação da Embrapa e demais parceiros institucionais”, resumiu.

Fonte: AgEvolution

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