O crescimento foi de 160% sobre o mesmo período de 2019 e, no Brasil, os embarques para lá subiram 200%
A China segurou as importações de carne bovina no primeiro bimestre – inclusive nas primeiras semanas de janeiro antes da explosão do coronavírus – mas não cedeu nas compras de proteína suína. O crescimento foi de 160% sobre o mesmo período de 2019 e, no Brasil, os embarques para lá subiram 200%.
“O volume foi comprado antes do surto do vírus e grande parte foi mantido em armazenamento refrigerado, pois os restaurantes não estavam totalmente abertos”, disse Lin Guofa, analista sênior do Bric Agriculture Group, consultoria com sede em Pequim.
“Começamos a ver um retorno da demanda na China e isso é encorajador quando pensamos no resto do mundo”, disse Brian Sikes, responsável pela divisão de proteína e sal da Cargill.
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A unidade de processamento de aves da empresa na China opera com capacidade de pelo menos 80%, acima dos 30% a 40% durante a pior fase do surto, segundo Sikes.
Os chineses aproveitaram a queda dos preços no mercado internacional, enquanto a carne bovina estava em alta (apesar do recuo desde dezembro sobre as expressivas elevações até novembro), mais a alta do dólar aqui, e aceleram os pedidos de embarques.
“Em janeiro e fevereiro, a China representou 54% de todas as exportações brasileiras de carne de porco e Hong Kong 15%”, explica Valdecir Folador, presidente da Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (ACSURS). .
O mercado produtor gaúcho e o catarinense são os principais fornecedores daquele país, depois vindo o Paraná.
De acordo com Folador, indústrias gaúchas interlocutoras diretas com a entidade, “estão surpresas com o apetite chinês”, o que deve ter um fator adicional com a melhora das condições sanitárias e o controle aparente da pandemia.
E o ano poderá ser muito favorável por esse ângulo do hoje principal mercado do suíno nacional – que já foi a Rússia – na esteira da demorada recuperação da produção chinesa após os prejuízos com a peste suína africana.
E será um balanço favorável ao mercado interno brasileiro que sofrerá redução nos próximos meses com as restrições impostas e recuo da atividade econômica, mas sem prejuízo, do ponto de vista sanitário e de produção nas indústrias, na expectativa de Folador.
“As indústrias estão tomando todo o cuidado necessário e rígido para manter a produção alinhada à demanda e se houver alguma queda de produção será pontual”, avalia.
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Fonte: Acrismat