Embora recue significativamente, não será em 2019 que a produção chinesa de carne suína, afetada pela Peste Suína Africana (PSA), atingirá o fundo do poço
Um volume ainda menor está sendo previsto para 2020, ocasião em que o total produzido pode ficar aquém dos 47 milhões de toneladas, resultado quase 15% menor que alcançado em 2018.
A previsão – discutível, pois há indicações de que as perdas vêm sendo maiores que as apontadas pelos dados oficiais – é do Ministério da Agricultura da China e a respeito dela há menção específica no novo “Agricultural Outlook 2019-2018”, trabalho conjunto da OCDE e da FAO recentemente lançado.
Pelo gráfico abaixo é possível constatar que (previsão) o volume produzido no ano passado somente será novamente alcançado daqui a cinco anos, em 2024. E como a recuperação só deve começar em 2021, nesse meio tempo, as necessidades internas serão supridas por importações. Que – apontam OCDE e FAO – devem ser atendidas sobretudo por Brasil, Canadá e União Europeia. E o estimado, por ora, é um volume que em 2020 pode chegar aos 2,1 milhões de toneladas de carne suína, um volume mais de 75% superior ao importado em 2018.
O processo, claro, deve abranger também a carne de frango. Mas a principal beneficiária será a própria avicultura chinesa, única capaz de preencher (embora parcialmente) a lacuna causada pela peste suína africana.
Porém, além de suprir as necessidades do consumidor, a avicultura tende a modificar os hábitos alimentares dos chineses. Ou seja: como ocorre em outros países, também na China o consumo de carne de frango pode, no futuro, superar o de carne suína. Mas como chegar à autossuficiência é difícil, senão impossível, as importações do produto tendem a permanecer em níveis elevados por um longo tempo.
Fonte: Avisite