Os chineses saem do feriadão e gera expectativa de volta às compras; a dupla mais amada do prato nacional está com preços mornos; e Câmara vai discutir necessidade de ganhos do RenovaBio chegar ao produtor rural também
Por Giovanni Lorenzon – AGRONEWS®*
A China saiu do seu feriadão, que começou no dia 1º e se estendeu até quinta (7). Agora, as expectativas se voltam para a tendência de que suas importações sejam retomadas.
Isso vale para a soja e, claro, para a carne bovina.
Da oleaginosa, o maior comprador do Brasil vinha administrando seu apetite, esperando entrar mais o grão americano, que está em colheita acelerada. Ao mesmo tempo, alinhando com notícias positivas do plantio brasileiro.
E isso tem potencial de pressionar os preços e, com isso, as compras subiriam.
Mesmo que os prêmios no interior estão bons, como já falamos aqui, a demanda chinesa crescendo sobre a safra velha e safra nova absorve o viés de baixa.
E ainda há o ganho cambial, com esse dólar a R$ 5,50.
No caso do boi, já sabemos.
A paralisia que tomou conta do mercado, sem as compras chinesas, se reflete no derretimento da @.
Sim, dificilmente a China deixará de voltar a importar, porque precisa da nossa carne, tanto quanto da nossa soja.
Mas, passados mais de 30 dias dos episódios da vaca louca, já era hora. E os produtores estão com dívidas vencendo.
As chuvas estão começando, mas pastos ainda demoram mais um pouco para quebrarem os custos da utilização de ração. Também os confinamentos estão se esgotando, mas o segundo giro está começando. Porém, há muito confinamento contínuo de boi a termo.
Então, todos os olhos se voltam para quarta-feira, pós-feriado religioso, na esperança de notícias melhores. E de dias melhores.
Se as exportações brasileiras de carne bovina foram recordes em setembro, contabilizando apenas a carne embarcada para a China e que já estavam nos portos antes do dia 3 (notificação oficial da vaca louca atípica), desnecessário falar o potencial para o boi se novos negócios tivessem sido fechados.
Os frigoríficos, certamente, iriam precisar originar mais gado.
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Arroz-feijão, dupla comportada
Enquanto o café, o óleo de soja e carnes adicionam alta na inflação, o arroz e o feijão, que foram vilões no ano passado – principalmente o primeiro – estão mais comportados.
O levantamento do Dieese semanal mostrou que, em 11 capitais, o peso da dupla mais amada do prato nacional está bastante morno.
Num momento ainda de desemprego em alta, 14%, e aumento do número de pessoas abaixo da linha da pobreza, não deixa de ser uma notícia satisfatória.
O analista Vlamir Brandalizze vê os produtores do Rio Grande do Sul, e as indústrias beneficiadoras, reclamarem que dos preços médios de R$ 95 a saca, em abril, caíram agora para R$ 75.
E os supermercados endurecendo, porque sabem que a oferta de arroz é boa – este ano as exportações foram tímidas -, e a população não está deixando transbordar o prato.
Em relação ao feijão, tem preços praticados de R$ 250 a R$ 300 a saca, depois da colheita concluída.
E, também, os varejistas não dão espaço para remarcações pela oferta satisfatória, bem como as expectativas para a segunda safra são positivas também.
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Produtor de biomassa também quer seu CBio
Semana que vem o repasse dos Créditos de Descarbonização (CBos) para os produtores de cana-de-açúcar, tem novo capítulo na Câmara dos Deputados.
Até agora, só as usinas e empresas processadoras de óleo vegetal têm direito aos ganhos de comercialização desses títulos que monetizam o RenovaBio, mas os produtores, que são obrigados a entregarem uma cana “limpa”, estão fora da lei.
Os CBios são correspondentes, em quantidade, ao volume de etanol e biodiesel que as indústrias vendem.
A Feplana, dirigida por Alexandre Lima, está a frente dessa disputa com as entidades representativas das indústrias, tem conseguido apoio dos deputados.
E já há um projeto legislativo em discussão, para mudar a lei que estabeleceu o programa nacional de biocombustíveis, funcionando desde janeiro de 2020.
AGRONEWS® – Informação para quem produz