Segundo levantamento preliminar, mais da metade dos municípios catarinenses tiveram famílias rurais ou pesqueiras afetadas pelo ciclone, com perdas principalmente na pecuária, olericultura, fruticultura, tabaco, reflorestamentos e flores ornamentais. O vendaval também provocou acamamento nas culturas de inverno e danos na infraestrutura geral, como destelhamentos de residências e galpões, além de bloqueio de estradas. A pesca teve afundamento de embarcações e danos aos cultivos de moluscos.
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O levantamento foi feito pelos extensionistas da Epagri em parceria com as Defesas Civis municipais para embasar ações de reconstrução. A Epagri está orientado os produtores que têm cultivos financiados via Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) a acessarem o Programa de Garantia de Atividade Agropecuária (Proagro), que é uma iniciativa do governo federal que garante o pagamento de financiamentos rurais de custeio agrícola quando a lavoura amparada tiver sua receita reduzida por causa de eventos climáticos ou pragas e doenças sem controle.
Humberto Bicca Neto, diretor de extensão da Epagri, acrescenta que também estão sendo estudadas formas de usar as políticas públicas existentes para a reabilitação da infraestrutura, aproveitando o Plano Safra 2020/21. Para produtores rurais que possuem seguro para a infraestrutura danificada, a orientação é procurar as instituições para comunicar o sinistro. “A Epagri já está providenciando os laudos meteorológico e de determinação de perdas na propriedade para embasar os resgates de seguros e acesso ao Proago”, esclarece Humberto.
Prejuízos
Com a passagem do vendaval, a bovinocultura de leite enfrentou problemas relacionados à falta de energia elétrica, entre eles dificuldade de resfriamento do produto e para realização da ordenha e captação de água. O setor também foi afetado com danos em estábulos, cercas e estruturas, e queda de árvores que impediram a coleta do leite.
Na bovinocultura de corte, os principais danos foram em estruturas, cercas, saleiros e estábulos. A suinocultura e a avicultura sofreram com destruição de estruturas e falta de energia para acionar os alimentadores, a captação de água e a ventilação. Na piscicultura, a falta de energia impediu acionamento de aeradores e alimentadores.
Na olericultura os produtores rurais sofreram danos em abrigos protegidos e nos cultivos em geral. A cultura do tabaco enfrentou tombamento de plantas em lavouras mais adiantadas e cobertura arrancada em canteiros protegidos. Nas áreas de reflorestamento os principais problemas foram com quebra ou tombamento de árvores nos cultivos.
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Os pomares de maçã tiveram suas coberturas de tele antigranizo arrancadas pelo vento, além de destelhamentos e danos em câmaras frigoríficas de armazenagem de frutas e de mudas. Os bananais tiveram plantas tombadas e desfolhadas, principalmente aquelas com cachos bem formados, além de galpões de classificação destelhados e danificados. O levantamento da Epagri identificou perdas de 20 a 100% nos cultivos de banana e palmito no Litoral Norte do Estado. As culturas de inverno foram prejudicadas com acamamento.
Além de prejuízos nos cultivos, o levantamento da Epagri também aponta perdas na infraestrutura e residências do meio rural. Foram identificados danos, às vezes totais, outras vezes parciais, de casas, galpões para maquinários, depósitos temporários e galpões de classificação de frutas e olerícolas. Destelhamentos, quedas de árvores, bloqueios de estradas e danos à rede elétrica também aparecem no relatório da Epagri.
Solidariedade
Edilene Steinwandter, presidente da Epagri, lembra que estruturas da Empresa, como escritórios municipais, Estações Experimentais, Centros de Treinamento e Gerências Regionais sofreram prejuízos materiais, principalmente destelhamentos e quedas de árvores. Em alguns casos, os estragos podem prejudicar os atendimentos ao público, portanto é importante que, antes de se deslocar a qualquer unidade da Epagri, o interessado procure se certificar das condições do local. Os contatos das unidades podem ser conferidos aqui.
A presidente destaca que este levantamento é preliminar e segue sendo atualizado, já que algumas comunidades rurais ainda estão com acesso dificultado e unidades pontuais da Empresa estão ainda com problemas de comunicação. Ela reforça o conteúdo da nota distribuída pela Epagri na quarta-feira, se solidarizando com o sofrimento dos catarinenses atingidos pelo temporal, especialmente aqueles que tiveram perdas de entes queridos, e lembra que o momento é de força e união para reconstrução do Estado.
AGRONEWS BRASIL – Informação para quem produz
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