A necessidade da união da cadeia produtiva da carne bovina, incluindo a indústria, foi o principal ponto destacado para a busca de soluções para a atividade em Mato Grosso, durante a “Mesa-redonda Sobre a Cadeia Produtiva da Carne na Atual Conjuntura Político-econômica” realizada em Cuiabá pela Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA)
Nos últimos seis meses os setores produtivos e industrial se vieram em meio a “escândalos” com a delação premiada dos executivos da JBS, Operação Carne Fraca e recentemente houve a suspensão temporária dos Estados Unidos.
A situação pela qual passam a pecuária mato-grossense e o setor frigorífico foram discutidas nesta tarde entre a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Associação Brasileira das Indústrias Exportadores de Carne (Abiec), Sociedade Rural Brasileira (SRB), Sindicato das Indústrias de Frigoríficos do Estado de Mato Grosso (Sindifrigo), Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC), pecuaristas e Governo de Mato Grosso.
O presidente da Acrimat, Marco Túlio Soares, destacou que a “classe precisa conversar mais e se unir mais, assim como os produtores de soja, milho e algodão. Essa mesa redonda é para isso. A Acrimat vem realizando trabalhos para unir o setor, bem como defender e buscar soluções para os problemas”.
Segundo o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, o deputado federal Nilson Leitão (PSDB-MT), “é muito difícil juntar todas as cadeias produtivas para chegar a um único objetivo”. Ele afirmou, durante o evento, que “é preciso que todos estejam na mesma mesa para ter o melhor produto. Às vezes a pecuária sofre por causa disso”.
Nos últimos seis meses a pecuária brasileira levou diversos “tombos”, culminando em Mato Grosso, por exemplo, uma perda real de 25% no valor pago pela arroba do boi gordo, que chega a ser encontrado a R$ 107,00, conforme o presidente da Acrimat, Marco Túlio Soares.
“Esse debate aqui vem numa hora de excelência”, pontuou o presidente da Abiec, Antônio Camardelli. Ele acrescenta que “Só nós para aguentar esses últimos seis meses”, ao lembrar a Operação Carne Fraca, Funrural, volta da cobrança de ICMS no boi em São Paulo e recentemente a suspensão temporária dos Estados Unidos, em decorrência a inconformidades encontradas na carne in natura.
Presente no evento, o governador Pedro Taques frisou que o Estado tem buscado auxiliar o setor produtivo. “Essa é uma crise nacional e não do Estado de Mato Grosso. Nós temos que buscar soluções para ela. Mato Grosso tem 45 plantas frigoríficas, das quais 20 estão fechadas. Tivemos a questão da Carne Fraca e nenhuma planta de Mato Grosso. Agora é fato que isso trouxe impactos para a indústria frigorífica e os pecuaristas de Mato Grosso e do Brasil como um todo. Nós temos conversado bastante com os pecuaristas”.
De acordo com o governador de Mato Grosso, está se buscando quanto às plantas frigoríficas fechadas a reabertura das mesmas.
Na avaliação do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Normando Corral, os fatores externos estão atrapalhando o mercado. Contudo, “A história da pecuária de Mato Grosso é uma história de superação dos desafios”.
Segundo o produtor na região de Denise, Olímpio Risso de Brito, o pecuarista sempre fez sua tarefa, porém “ele está refém de quem não faz sua tarefa direito”. Ainda segundo Brito, “por outro lado o produtor também se fortalece”.
O senador Cidinho Santos (PR-MT) frisou que é preciso ações de curto, médio e longo.
Indústria preocupada
Conforme o presidente do Sindicato da Indústria Frigorífica de Mato Grosso (Sindifrigo-MT), Luiz Freitas, o setor industrial “está preocupado”. “É uma crise que prejudica tida a cadeia produtiva, do produtor a indústria. É um momento de todos se unirem para entender os problemas de cada um e assim buscar uma solução”.
O diretor do Departamento de Saúde Animal (DSA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Guilherme Marques, lembra que 80% da carne bovina produzida no Brasil fica no mercado interno. Marques comenta ainda que a ordem do ministro Blairo Maggi é, não apenas buscar garantias para o mercado, mas também buscar novos mercados.
Fonte: Acrimat