Nesta coluna, mais um episódio do velho episódio da vaca louca, em ação irrelevante do Mapa; e nova rodada de alta da taxa Selic
Por Giovanni Lorenzon – AGRONEWS®
Nos Estados Unidos, os agricultores correm para colher a soja antes que as primeiras nevascas possam chegar em algumas regiões. No Brasil, os daqui correm para plantar antes de chuvas mais abundantes.
Os dois estão acima das condições vistas no mesmo período de 2020.
Dito isso, o segundo maior produtor mundial já tem 55% dos grãos nos armazéns.
Nos campos brasileiros, a média está em 45% de semeadura, sendo o Paraná com a marca de 75% e o Mato Grosso, com 55%. No total, entre 40,5 a 41 milhões de hectares, contra 38 milhões da safra 20/21.
As avaliações, consideradas pelo consultor Vlamir Brandalizze, e que ajudam a deixar em tendência de baixa os preços – desconsiderando a contaminação da maior demanda chinesa -, são completadas por safras recordes esperadas.
Os americanos, em 121,1 milhões de toneladas. No Brasil, 144,2 milhões.
“O Paraná já teve alguns pontos com chuvas atrapalhando o plantio”, diz o analista.
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Será que tem frigorífico jogando dinheiro fora? O Mapa acha que sim
Na falta do que fazer para a China levantar o embargo das importações de carne bovina brasileira, e sem evidente peso diplomático, o governo federal tenta mostrar serviço com platitudes.
Como se fosse necessário, o Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) manda os frigoríficos suspenderem o processamento de boi para o ainda fechado mercado chinês.
Imaginar que qualquer das empresas habilitadas a exportarem esteja produzindo carne, passados 45 dias desde os eventos da vaca louca atípica que interromperam as exportações para lá, é no mínimo curioso.
Primeiro, não se tem prazo algum em vista para a retomada dos embarques, como já disse o Mapa.
Segundo, não há câmaras frias suficientes para estocagem, dados os volumes que estariam se acumulando, mais ainda que parte da carne processada antes de 4 de setembro (dia da notificação oficial da doença) foi rejeitada pela China.
Aliás, no mesmo ofício o governo manda as indústrias armazenarem esses lotes sob rigorosa refrigeração, por 60 dias. E para onde iriam?
Por fim, qual garantia haveria de os chineses aceitarem essa mercadoria nova depois de tanto tempo congelada, quando voltassem a importar?
O tamanho do tombo do boi, em mais de R$ 40 a @, mostra que nenhum frigorífico está comprando esperando vender para a China.
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Mais juros, mais renda fica, menos ações. E mais dólar também, na contramão
A taxa Selic vai para 7,25% na semana que vem.
Há 40 dias o Copom elevou em mais 1 ponto percentual.
Na próxima reunião deverá se repetir, inclusive como um diretor do Banco Central já confirmou e o mercado já está apostando.
Enquanto isso, o mercado de ações começa a sofrer a concorrência maior dos investimentos em renda fixa, que começam a ficar mais atraentes com juros elevados.
E não esperem que o dólar caia, como seria o normal nesses casos, já que os investidores estrangeiros trariam mais dinheiro para buscar mais juros.
AGRONEWS® – Informação para quem produz