Com a alta experimentada pelo frango – efeito combinado de redução no volume produzido com a crise no abastecimento (decorrência do movimento caminhoneiro) – analistas de mercado têm concluído que a carne de frango perdeu competitividade frente à carne bovina, nesse sentido analisando a evolução de preços de ambos os produtos no atacado da cidade de São Paulo
Independente do fato de o atacado ser um referencial inadequado (o varejista adquire um produto conforme o potencial de vendas no varejo, não em função da relação de preços no atacado), a realidade é que no varejo o frango permanece com a mesma competitividade de sempre em relação à carne bovina. E isto é o que importa para o setor.
É verdade que, no bimestre abril-maio, a maior competitividade do frango atingiu o ápice do ano, pois, então, o frango resfriado comercializado no varejo da cidade de São Paulo – conforme o Procon-SP – chegou a registrar preços que corresponderam a apenas 30% do preço da carne bovina de segunda.
No entanto, a recuperação observada em junho não chegou a alterar esse índice de forma significativa, pois os dois produtos obtiveram valorização significativa no mês. Assim, o quilograma do frango resfriado continuou sendo adquirido por menos de um terço do valor da carne bovina de segunda.
Notar, por sinal, que essa relação (menos de um terço) se mantém relativamente estável desde março do ano passado. Nos últimos 18 meses (janeiro de 2017 a junho de 2018) ela só foi superada no bimestre janeiro-fevereiro de 2017.
Aliás, comparada à do início do ano passado, a competitividade do frango aumentou mais de 13% em junho último. Ou seja: em vez de 2,740 kg, o consumidor pôde adquirir 3,114 kg de carne de frango pelo preço de 1 (um) kg de carne bovina de segunda.