O Brasil deve colher 241,3 milhões de toneladas de grãos na safra 2018/2019 e superar o recorde da safra 2016/2017, quando foi registrada a colheita de 237,6 milhões de toneladas. De acordo com o levantamento divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na comparação com a safra anterior (2017/2018), o crescimento será de 6% ou 13,7 milhões de toneladas. A área plantada está prevista em 63 milhões de hectares, um aumento inferior a 1%.
O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Eduardo Sampaio Marques, destaca que o crescimento da safra será puxado pelas produções de milho e algodão. Ele ressalta ainda que esse desempenho ocorre sem um grande avanço da área plantada. “As culturas que mais contribuíram foram milho e algodão, que são plantadas nas áreas desocupadas pela soja no verão”, disse.
“Um grande aumento em uma área pequena só é possível com tecnologia”, acrescentou.
Milho
A produção do milho primeira safra deve ficar em 26,2 milhões de t, redução de 2,1% sobre a safra passada. A colheita encerrou-se na região Centro-Sul e segue ocorrendo nas regiões Norte e Nordeste. Quanto ao milho segunda safra, terá produção recorde de 73,1 milhões de t, 35,6% a mais em relação à safra de 2017/18. A colheita foi intensificada e agora estende-se a 84% da área plantada.
Soja
A soja sofreu redução de 3,5% na produção e atingiu 115,1 milhões de t. As regiões Centro-Oeste e Sul representam mais de 78% dessa produção.
Feijão
Outro produto responsável pelo desempenho favorável é o feijão. A segunda safra do grão, com a colheita em fase final, teve clima favorável que contribuiu para a produção de 1,3 milhão de toneladas, 7,2% acima da obtida no período anterior. O feijão terceira safra também tem aumento de 20,5% e deve ter produção de 739,6 mil toneladas. O plantio foi finalizado em julho. Em relação à primeira safra, cuja colheita também já foi encerrada, houve uma redução de 22,5% na produção e deve chegar a 996,4 mil toneladas. Isso foi causado principalmente pela diminuição de área e produtividade no Paraná, em Minas Gerais e na Bahia.
Algodão
O país deverá colher também 4 milhões de algodão em caroço e 2,7 milhões de pluma, 34,2% a mais do que na safra anterior. Enquanto o trigo tem produção estimada em 5,4 milhões de t, o arroz deve ficar em 10,4 milhões de t, um recuo de 13,6%. De acordo com o levantamento, a queda é resultado das reduções da área plantada do cereal nos principais estados produtores.
Área plantada
As culturas que tiveram aumento de área, em relação à safra passada, foram o milho segunda safra, com área total de 12,4 milhões de hectares; a soja, com 35,9 milhões; e algodão, com 1,6 milhão de hectares. Em relação às culturas de inverno, para o trigo, estima-se área de 1,99 milhão de hectares, 2,6% menor que em 2018.
As demais culturas (aveia, canola, centeio, cevada e triticale) apresentam incrementos na área de plantio, passando de 546,5 mil hectares, na safra anterior, para 552,2 mil hectares na safra atual. De acordo com o levantamento, as geadas ocorridas no início de julho, sobretudo no Paraná, demandam maior monitoramento das lavouras.
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