As inscrições com descontos para participar da Segunda Conferência Latino-Americana de Fenotipagem e Fenômica para Melhoramento de Plantas (II LAPhPB) terminam no dia 8 e devem ser realizadas pelo site da embrapa, página onde os interessados encontrarão todas as informações sobre a conferência e os procedimentos necessários para efetivá-la
A conferência oferece três faixas de valores para as inscrições, de acordo com as diferentes classes de participantes, sendo que a última tem início em 1 de agosto e vai até 15 de setembro. Todas as inscrições devem ser realizadas pela página do evento.
O encontro, que vai reunir cientistas nacionais, pesquisadores de países latino-americanos e internacionais com expertise na área, será realizado na Embrapa Instrumentação (São Carlos – SP), de 20 a 22 de setembro e é destinada a alunos, professores, pesquisadores, como engenheiros – eletrônicos, mecânicos, agrônomos e materiais -, físicos, químicos, biólogos, fisiologistas, cientistas de plantas, ciência da computação, biotecnologia entre outras áreas, interessados na área de novos métodos de fenotipagem de plantas e fenômica.
Mais de 200 pesquisadores, incluindo autor e coautor, de nove países submeteram um total de 60 trabalhos científicos para apresentação no formato oral e pôster durante a conferência. O Brasil se destaca com 48 submissões, sendo a maior parte do estado de São Paulo, seguido pela Argentina e México com três e dois trabalhos respectivamente.
Em cinco meses, quase 11 mil visualizações da página do evento na internet ocorreram em mais de 70 países, com destaque para as sessões com 2.700 acessos. De acordo com o pesquisador Paulo Sérgio de Paula Herrmann Júnior, que está à frente da organização da conferência, os visitantes chegaram a mais de 340 cidades ao redor do mundo. “Os dados obtidos com a ajuda do Google Analitics demonstram a importância do evento, mesmo sendo um encontro tão dedicado e específico”, afirma.
A proposta da conferência é dar continuidade a temática que foi abordada no primeiro evento, realizado no Chile, em 2015, e estabelecer as condições propícias para sedimentar no país e na América-Latina a chamada nova fenotipagem ou novos métodos aplicados a fenotipagem de plantas e fenômica (NMFP), que adota procedimentos mais dinâmicos, rápidos e precisos.
A NMFP integra técnicas não invasivas de várias áreas do conhecimento para quantificar as propriedades da planta e da relação com o meio ambiente, tanto no tempo como no espaço. Os novos conceitos incluem o desenvolvimento e aplicação da instrumentação, da informática, da bioinformática, da automação, a fim de possibilitar o melhoramento de plantas em um ambiente em complexa transformação.
O pesquisador explica que os programas de melhoramento de plantas, baseados em métodos tradicionais, como a triagem genotípica, que analisa a interação genótipo x ambiente, em relação a um traço particular, estão necessitando da aplicação dos novos métodos não invasivos e da multidisciplinaridade em função da necessidade da larga caracterização do fenótipo, a estrutura e função das plantas expostas a um ambiente dinâmico e complexo.
Coordenador da Rede Brasileira de Fenotipagem, criada em 2014, Herrmann acredita que o emprego dos novos métodos, o avanço de protocolos comuns, as ferramentas da genotipagem e da agricultura de precisão possam contribuir para reduzir pela metade o tempo entre a pesquisa desenvolvida em laboratório e a introdução no campo, estimado atualmente em 10 anos.
“A avaliação quantitativa das estruturas da planta e suas funções permite a transferência de resultados de pesquisa básica para a agricultura prática e o agronegócio”, afirma.
Vanguarda
Enquanto na Europa, Oceania e América do Norte os novos métodos de fenotipagem de plantas começaram a ser usados no desenvolvimento de culturas de grãos nos últimos 10 anos, na América Latina, importante exportador de alimentos e de matérias-primas, o equivalente ainda não ocorreu. Herrmann comenta que a utilização desse novo conceito em programas de melhoramento de outras espécies é quase inexistente no mundo inteiro.
“Há urgência de avançar com a nova abordagem da fenômica ou da fenotipagem de plantas sobre as espécies importantes no clima tropical e na América Latina. Muitas destas espécies incluem grãos, frutas e legumes que atualmente suportam ou podem potencialmente apoiar os mercados de exportação de forma significativa”, diz.