A nutrição equina é parte fundamental do manejo desse animais, por isso ela representa de 60 a 80% dos custos totais da produção. Porém, estruturar uma boa rotina nutricional requer conhecimento e cuidado
Isso porque a nutrição equina afeta diretamente o desempenho do animal. Portanto, ela deve ser pensada levando-se em conta a função do cavalo ou égua, raça e idade, por exemplo. Além disso, vale levar em conta a região onde está o plantel, época do ano, matéria prima disponível.
Logo, para que a produção gere um bom rendimento o criador precisa estar atento à nutrição equina. Por isso, preparamos 5 dicas que vão pontuar onde concentrar sua atenção. Então confere as dicas para garantir seu sucesso!
1 – Atenção aos nutrientes
Como já pontuamos, a nutrição equina é fundamental no manejo desses animais. Para que ela seja realizada de forma eficiente, é preciso que as quantidades mínimas necessárias de energia, proteína, vitaminas e minerais estejam disponíveis para o animal.
Assim, listamos os nutrientes básicos na alimentação equina:
Água: a hidratação merece um tópico entre as dicas, por isso vamos nos aprofundar nela mais adiante. Contudo, vale já ressaltar que a maior parte do corpo desses animais é constituída de água, por isso eles precisam de hidratação constante;
Carboidratos e Lipídeos: são nutrientes muito abundantes na natureza e são responsáveis pela reserva energética do animal;
Proteína: as proteínas provém aos animais os aminoácidos necessários para que desempenhem suas funções. Mas atenção, a qualidade da proteína é tão importante quanto a quantidade oferecida;
Minerais: tais nutrientes são cerca de 4% do peso vivo do animal. Eles estão ligados à estrutura e à função metabólica dos equinos, e são obtidos através de pasto, volumosos e grãos;
Vitaminas: as vitaminas essenciais podem ser lipossolúveis ou hidrossolúveis. Para a nutrição equina é importante que, caso alimentado com feno, o animal receba a suplementação necessária.
Aqui, ainda vale ressaltar que a composição nutricional da alimentação equina vai depender das características e funções desempenhadas pelo animal. Isso porque a formulação da dieta varia de equino para equino.
2 – Hidratação é fundamental
Como pontuamos no tópico anterior, a água é fundamental para uma boa nutrição equina. Cavalos têm em torno de de 70% de sua composição corporal formada por água, assim é crucial que o animal esteja propriamente hidratado.
Assim, para garantir a saúde do animal, é preciso que ele tenha oferta de água fresca e limpa à vontade. O consumo médio de água dos equinos está entre 20 a 75 litros por dia, sendo que éguas em período de lactação sofrem com um aumento de 15 a 30 litros dessa média.
Ou seja, sem a hidratação apropriada, o manejo nutricional dos equinos está comprometido.
3 – Pense na rotina alimentar
Cavalos possuem um aparelho digestivo que favorece a ingestão de pouco alimento várias vezes ao dia. Isso quer dizer que a dieta deve ser pensada levando em conta o fornecimento de alimento em vários momentos do dia.
Assim, para que exista uma rotina alimentar eficiente, é preciso considerar as funções do animal. Levar em conta as horas de trabalho, quando elas acontecem, e assim, coordenar a rotina alimentar.
Porém, dois pontos importantes devem ser levantados dentro da rotina alimentar. O primeiro é que, quando o animal sofre mudanças bruscas em sua dieta, ele pode desenvolver problemas de indigestão, podendo sofrer com as cólicas. Portanto qualquer alteração na rotina alimentar do animal deve ser feita de forma gradual.
E segundo, apesar da rotina alimentar ser muito benéfica para o animal, quando falamos de cavalos estabulados ela deve ser ser manejada com cuidado. Isso porque, para esses casos, os cavalos podem aumentar a frequência de comportamentos estereotipados antes das refeições.
4 – Pausas pós alimentação
Vimos como determinar os momentos em que os cavalos serão alimentados é importante no tópico anterior. Agora, além disso, é importante para a nutrição equina os momentos de pausa pós alimentação.
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Isso porque, antes de retomar as suas atividades é importante que o animal tenha um pausa. Normalmente, um período de 2 a 3 horas já é suficiente para que o animal faça sua digestão e esteja pronto para desempenhar suas funções.
Dar essa pausa é fundamental para evitar indigestões e cólicas.
5 – Cuidados com a alimentação errada
Até agora, ressaltamos como a nutrição equina é fundamental para o sucesso da criação. Entretanto, ainda não tocamos um um ponto que talvez precise de muita atenção dos criadores: as doenças causadas por má alimentação.
Vimos como equinos são animais sensíveis e precisam de uma nutrição muito bem estruturada. A consequência da falta desse manejo nutricional adequado são prejuízos significativos à saúde do animal.
As principais doenças causadas por má alimentação são:
Cara inchada: esse distúrbio acontece quando há falta de cálcio no organismo do animal, aumentando o hormônio PTH. Assim, o animal começa a retirar cálcio dos ossos para suprir a deficiência na corrente sanguínea. Alguns sintomas são: osso ‘moles’, queda de dentes e obstrução da passagem nasal;
Cólica equina: um dos maiores problemas para quem trabalha com equinos, a cólica equina pode se apresentar de diversas maneiras. É um mal perigoso que pode levar o animal à morte. Para que se possa evitá-la é muito importante estar atentando à qualidade do alimento oferecido, bem como às quantidades corretas. Afinal, alimentos de má qualidade ou em excesso podem obstruir o sistema digestivo do animal e ocasionar a cólica;
Doenças ortopédicas do desenvolvimento (DOD): as DOD’s são alterações que ocorrem durante o crescimento dos animais, ocasionando alterações ósseas. Dietas que fornecem ao animal um excesso de energia, geram um desenvolvimento desenfreado o que causa falhas na ossificação devido à problemas nas cartilagens;
Diarréias: como pontuamos, a rotina alimentar do animal é muito importante. Mudanças bruscas nessas rotinas podem ocasionar diarréias, fazendo com que o animal fique desidratado. Umas das irregularidades pode ser o excesso de carboidratos na dieta;
Laminite: a laminite é uma inflamação no tecido laminar, que pode ocorrer nas quatro patas do animal causando muitas dores. Quando o animal recebe um excesso de grãos na dieta, ele pode sofrer com uma produção exacerbada de ácido lático, o que pode causar a laminite.
Assim, vimos como a nutrição equina desempenha um papel central no manejo equino. Portanto, é crucial que seja planejada e executada com cuidado e atenção.
Para o sucesso de sua criação, é importante que cada animal receba a nutrição adequada, e que a mesma seja pensada por um profissional qualificado. Por isso é muito importante ter sempre um zootecnista e um médico veterinário responsável pelos animais, para que o sucesso seja garantido.
Porém, é importante que os criadores conheçam a fundo o manejo nutricional, para que a nutrição equina seja executada cotidianamente de maneira correta. Só assim é possível que os animais tenham seu máximo desempenho e prejuízos, em geral, sejam evitados.
Fonte: Escola do Cavalo
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