Normalmente, os números da exportação de carnes da primeira semana de cada mês dão o tom das condições do mercado externo no período, possibilitando inclusive traçar as tendências para a totalidade do mês. Mas não com os resultados iniciais de setembro corrente. E por duas razões.
A principal é que os dados da SECEX/ME relativos à primeira semana de setembro (1 a 4, três dias úteis) trazem, embutidos, restos não contabilizados das exportações de agosto passado. E isto, se não impossibilita, invalida qualquer projeção.
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Chega-se a essa conclusão partindo das médias diárias registrada no período. Por elas constata-se, de imediato, que os índices de incremento observados são exageradamente elevados: no tocante ao volume e comparativamente a setembro de 2020 (também com 21 dias úteis, como setembro corrente),aumento de 55% para a carne bovina, de quase 74% para a carne de frango e de mais de 93% para a carne suína.
Já em relação à receita cambial – e na mesma base de comparação, setembro de 2020 – os aumentos observados dobram em relação à carne suína (100,54%) e chegam a 120% e 125% para, respectivamente, as carnes bovina e de frango.
Ou seja: será preciso aguardar os resultados desta e da próxima semana para se obter um retrato mais realista do atual comportamento exportador das carnes. E, mesmo assim, será difícil chegar a um quadro fiel do setor, pois os dados sempre estarão distorcidos pelas informações iniciais do mês.
Outra ocorrência que, ao menos por ora, torna artificiais as projeções para a totalidade de setembro decorre da detecção, na semana passada, de dois casos atípicos da Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB ou Doença da Vaca Louca). Quer dizer: o País entrou na segunda semana do mês enfrentando a suspensão das exportações de carne bovina para a China – medida adotada pelo Ministério da Agricultura do Brasil em função de protocolo bilateral para casos (mesmo atípicos) de EEB e que afeta praticamente a metade das vendas externas do segmento.
Levando em conta caso anterior (cujo equacionamento levou cerca de duas semanas), entende-se que essa suspensão seja de curta duração. Mas isso depende, agora, das autoridades sanitárias chinesas, para as quais o MAPA enviou, de imediato, os esclarecimentos técnicos pertinentes.
De sua parte, a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), primordialmente comunicada da ocorrência, considerou o caso encerrado já na segunda-feira, 6, mantendo o status brasileiro para a doença de “risco insignificante”. Aguardam-se, agora, novas informações do MAPA, pois ontem (7) estava previsto contato da Ministra Tereza Cristina com as autoridades sanitárias chinesas.
Por Avisite
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