Terceiro maior produtor de algodão do país, o estado de Goiás vai sediar na próxima semana o 12° Congresso Brasileiro do Algodão. O evento será realizado pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), com apoio da Embrapa e do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA), no Centro de Convenções de Goiânia, de 27 a 29 de agosto. De acordo com dados da Conab, nesta safra Goiás produziu 71 mil toneladas da pluma, ficando atrás do Mato Grosso e Bahia, que lideram a produção nacional. O estado tem uma área plantada de 42 mil hectares, um aumento de 30% em relação à safra passada, segundo estimativa da Associação Goiana dos Produtores (Agopa). A produção concentra-se principalmente no Sudoeste goiano, na região dos chapadões e no Entorno do Distrito Federal.
De acordo com os organizadores, Goiânia foi escolhida por estar situada “no coração do cerrado brasileiro, onde se consolidou uma cotonicultura moderna, produtiva e sustentável, que hoje caracteriza o país como grande player mundial”. “Além de ter todas as condições de infraestrutura necessárias à realização de um grande evento, a capital do estado de Goiás, que está entre os maiores produtores de algodão do país, representa muito do que vivenciamos até aqui, desde que a atividade, literalmente, fincou raízes no cerrado, reinventando-se e elevando o Brasil da condição de importador para a de grande fornecedor global de uma pluma de qualidade, desejada pelo mercado e com imenso potencial de crescimento de oferta, uma vez que temos área, água, know how, tecnologia e disposição para produzir cada vez mais e melhor. Goiânia como sede simboliza a aproximação da teoria e da prática, já que as discussões terão lugar no seio da produção da fibra”, diz o presidente da Abrapa e do 12º CBA, Milton Garbugio.
O congresso é um dos maiores eventos da cotonicultura brasileira e será uma oportunidade para produtores goianos e de outras regiões do país debaterem as principais demandas do setor e se atualizarem sobre as inovações voltadas para a produção da pluma. Para esta edição, já estão inscritos mais de 2 mil participantes dos mais diversos elos da cadeia produtiva, além de delegações de outros 22 países produtores interessados em aprender com a experiência brasileira.
Esta edição tem como tema Inovação e rentabilidade na cotonicultura, com uma ampla programação de minicursos, mesas-redondas e plenárias.
7 Unidades da Embrapa estão presentes
Sete unidades da Embrapa estarão presentes no congresso, com o objetivo de apresentar as novidades da pesquisa focadas para aumentar a sustentabilidade do setor, assim como prospectar novas demandas de pesquisa junto aos principais atores dessa importante cadeia produtiva do agronegócio nacional e potenciais parceiros para o desenvolvimento de tecnologias, visando disponibiliza-las no mercado. Além Embrapa Algodão (Campina Grande, PB), também levarão tecnologias para a feira a Embrapa Territorial (Campinas, SP), a Cerrados (Brasília, DF), Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), Milho e Sorgo (Sete Lagoas, MG), Agropecuária Oeste e Instrumentação (São Carlos, SP).
Um dos destaques da Embrapa no congresso será apresentação dos resultados da Rede de Pesquisa da Ramulária, que reúne empresas multinacionais e instituições de pesquisa com o objetivo de testar a eficiência de fungicidas contra a principal doença do algodoeiro nas principais regiões produtoras do país. “Vamos apresentar a performance dos principais fungicidas utilizados no controle da mancha de ramulária, os problemas que têm havido com a resistência destes fungicidas e estratégias de manejo para minimizar esses problemas. Com essas informações esperamos permitir ao produtor melhorar o seu programa de controle da doença e reduzir os custos com aplicações”, explica o coordenador da Rede na Embrapa, pesquisador Alderi Araújo.
A sustentabilidade do sistema de produção é outro tema de relevância para o atual contexto do agronegócio nacional. Uma das pesquisas que serão apresentadas pela equipe da Embrapa comprova o aumento do estoque de carbono no solo no cultivo do algodoeiro em sistema de plantio direto. “Além de aumentar a produtividade de algodão e de acumular mais carbono no solo, o sistema plantio direto confere maior resiliência produtiva e subsídios para expandir o comércio mundial para uma sociedade cada vez mais exigente em processos produtivos sustentáveis”, afirma o pesquisador da Embrapa Algodão Alexandre Cunha de Barcellos Ferreira, que coordena pesquisas com sistemas conservacionistas de produção no cerrado brasileiro.
Gestão territorial na cotonicultura
Pesquisadores da Embrapa Territorial apresentarão soluções de inteligência e gestão de monitoramento territorial na cotonicultura para melhorar a logística da cadeia produtiva, alertar para os momentos de maior favorabilidade à ocorrência de doenças e mensurar a contribuição dos imóveis rurais para a preservação da vegetação nativa.
Estudos desenvolvidos no Oeste da Bahia revelaram que as propriedades dedicadas ao segmento destinam, em média, 40% de suas áreas para a preservação da vegetação nativa. Nessa mesma região, geotecnologias começam a ser aplicadas para indicar, a partir de dados meteorológicos, os momentos de maior favorabilidade à ocorrência da mancha da ramulária e racionalizar a adoção de medidas de combate à doença, uma das principais ameaças à produtividade dos campos de algodão. A ideia é expandir esse trabalho para outras regiões do país com o objetivo de compreender e encontrar formas de incrementar a competitividade da cadeia produtiva.
Saúde dos solos
A equipe da Embrapa Cerrados apresentará a tecnologia de bioanálise de solo (BioAS), que ajuda a avaliar a saúde dos solos. Com essa inovação, os produtores podem solicitar aos laboratórios análises químicas e físicas dos solos, e ter acesso a informações referentes a maquinaria biológica do solo, constituída por microrganismos, raízes e fauna. Com essa informação disponível, eles poderão monitorar a saúde do solo de suas propriedades. Uma das principais vantagens da tecnologia é antecipar que tipos de mudanças ocorrem na matéria orgânica do solo em função do manejo adotado na propriedade. Trata-se de uma inovação que está alinhada ao objetivo de viabilizar tecnologias que promovam a sustentabilidade das atividades agrícolas com o equilíbrio ambiental.
Outros destaques
Outros assuntos em destaque serão a gestão da adubação com foco em sistemas e ambientes de produção para otimizar o uso de fertilizantes; manejo de plantas daninhas, nematoides, pragas e doenças; controle biológico; desempenho de cultivares de algodão; eficiência em pulverização; uso de drones na agricultura, problemas fitossanitários emergentes; e caminhos e soluções para o bicudo do algodoeiro.
Além desses temas, no estande da Embrapa serão apresentados o portifólio de cultivares de algodão, um aplicativo para alerta de pragas e doenças da cultura, implementos para facilitar o plantio do algodão em sistema orgânico, bem como estarão disponíveis publicações técnicas para os visitantes.
Terceiro maior produtor de algodão do país, o estado de Goiás vai sediar na próxima semana o 12° Congresso Brasileiro do Algodão. O evento será realizado pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), com apoio da Embrapa e do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA), no Centro de Convenções de Goiânia, de 27 a 29 de agosto. De acordo com dados da Conab, nesta safra Goiás produziu 71 mil toneladas da pluma, ficando atrás do Mato Grosso e Bahia, que lideram a produção nacional. O estado tem uma área plantada de 42 mil hectares, um aumento de 30% em relação à safra passada, segundo estimativa da Associação Goiana dos Produtores (Agopa). A produção concentra-se principalmente no Sudoeste goiano, na região dos chapadões e no Entorno do Distrito Federal.
De acordo com os organizadores, Goiânia foi escolhida por estar situada “no coração do cerrado brasileiro, onde se consolidou uma cotonicultura moderna, produtiva e sustentável, que hoje caracteriza o país como grande player mundial”. “Além de ter todas as condições de infraestrutura necessárias à realização de um grande evento, a capital do estado de Goiás, que está entre os maiores produtores de algodão do país, representa muito do que vivenciamos até aqui, desde que a atividade, literalmente, fincou raízes no cerrado, reinventando-se e elevando o Brasil da condição de importador para a de grande fornecedor global de uma pluma de qualidade, desejada pelo mercado e com imenso potencial de crescimento de oferta, uma vez que temos área, água, know how, tecnologia e disposição para produzir cada vez mais e melhor. Goiânia como sede simboliza a aproximação da teoria e da prática, já que as discussões terão lugar no seio da produção da fibra”, diz o presidente da Abrapa e do 12º CBA, Milton Garbugio.
O congresso é um dos maiores eventos da cotonicultura brasileira e será uma oportunidade para produtores goianos e de outras regiões do país debaterem as principais demandas do setor e se atualizarem sobre as inovações voltadas para a produção da pluma. Para esta edição, já estão inscritos mais de 2 mil participantes dos mais diversos elos da cadeia produtiva, além de delegações de outros 22 países produtores interessados em aprender com a experiência brasileira.
Esta edição tem como tema Inovação e rentabilidade na cotonicultura, com uma ampla programação de minicursos, mesas-redondas e plenárias.
7 Unidades da Embrapa estão presentes
Sete unidades da Embrapa estarão presentes no congresso, com o objetivo de apresentar as novidades da pesquisa focadas para aumentar a sustentabilidade do setor, assim como prospectar novas demandas de pesquisa junto aos principais atores dessa importante cadeia produtiva do agronegócio nacional e potenciais parceiros para o desenvolvimento de tecnologias, visando disponibiliza-las no mercado. Além Embrapa Algodão (Campina Grande, PB), também levarão tecnologias para a feira a Embrapa Territorial (Campinas, SP), a Cerrados (Brasília, DF), Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), Milho e Sorgo (Sete Lagoas, MG), Agropecuária Oeste e Instrumentação (São Carlos, SP).
Um dos destaques da Embrapa no congresso será apresentação dos resultados da Rede de Pesquisa da Ramulária, que reúne empresas multinacionais e instituições de pesquisa com o objetivo de testar a eficiência de fungicidas contra a principal doença do algodoeiro nas principais regiões produtoras do país. “Vamos apresentar a performance dos principais fungicidas utilizados no controle da mancha de ramulária, os problemas que têm havido com a resistência destes fungicidas e estratégias de manejo para minimizar esses problemas. Com essas informações esperamos permitir ao produtor melhorar o seu programa de controle da doença e reduzir os custos com aplicações”, explica o coordenador da Rede na Embrapa, pesquisador Alderi Araújo.
A sustentabilidade do sistema de produção é outro tema de relevância para o atual contexto do agronegócio nacional. Uma das pesquisas que serão apresentadas pela equipe da Embrapa comprova o aumento do estoque de carbono no solo no cultivo do algodoeiro em sistema de plantio direto. “Além de aumentar a produtividade de algodão e de acumular mais carbono no solo, o sistema plantio direto confere maior resiliência produtiva e subsídios para expandir o comércio mundial para uma sociedade cada vez mais exigente em processos produtivos sustentáveis”, afirma o pesquisador da Embrapa Algodão Alexandre Cunha de Barcellos Ferreira, que coordena pesquisas com sistemas conservacionistas de produção no cerrado brasileiro.
Gestão territorial na cotonicultura
Pesquisadores da Embrapa Territorial apresentarão soluções de inteligência e gestão de monitoramento territorial na cotonicultura para melhorar a logística da cadeia produtiva, alertar para os momentos de maior favorabilidade à ocorrência de doenças e mensurar a contribuição dos imóveis rurais para a preservação da vegetação nativa.
Estudos desenvolvidos no Oeste da Bahia revelaram que as propriedades dedicadas ao segmento destinam, em média, 40% de suas áreas para a preservação da vegetação nativa. Nessa mesma região, geotecnologias começam a ser aplicadas para indicar, a partir de dados meteorológicos, os momentos de maior favorabilidade à ocorrência da mancha da ramulária e racionalizar a adoção de medidas de combate à doença, uma das principais ameaças à produtividade dos campos de algodão. A ideia é expandir esse trabalho para outras regiões do país com o objetivo de compreender e encontrar formas de incrementar a competitividade da cadeia produtiva.
Saúde dos solos
A equipe da Embrapa Cerrados apresentará a tecnologia de bioanálise de solo (BioAS), que ajuda a avaliar a saúde dos solos. Com essa inovação, os produtores podem solicitar aos laboratórios análises químicas e físicas dos solos, e ter acesso a informações referentes a maquinaria biológica do solo, constituída por microrganismos, raízes e fauna. Com essa informação disponível, eles poderão monitorar a saúde do solo de suas propriedades. Uma das principais vantagens da tecnologia é antecipar que tipos de mudanças ocorrem na matéria orgânica do solo em função do manejo adotado na propriedade. Trata-se de uma inovação que está alinhada ao objetivo de viabilizar tecnologias que promovam a sustentabilidade das atividades agrícolas com o equilíbrio ambiental.
Outros destaques
Outros assuntos em destaque serão a gestão da adubação com foco em sistemas e ambientes de produção para otimizar o uso de fertilizantes; manejo de plantas daninhas, nematoides, pragas e doenças; controle biológico; desempenho de cultivares de algodão; eficiência em pulverização; uso de drones na agricultura, problemas fitossanitários emergentes; e caminhos e soluções para o bicudo do algodoeiro.
Além desses temas, no estande da Embrapa serão apresentados o portifólio de cultivares de algodão, um aplicativo para alerta de pragas e doenças da cultura, implementos para facilitar o plantio do algodão em sistema orgânico, bem como estarão disponíveis publicações técnicas para os visitantes.