Terminou na quinta-feira passada, na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), em Cuiabá, o X Congresso Brasileiro de Sistemas Agroflorestais. O evento reuniu profissionais de todo o país que trabalham com a temática em discussões, trocas de experiências e apresentação de trabalhos.
Ao longo de quatro dias foram realizadas quatro conferências, oito mesas redondas, cinco palestras técnicas, duas palestras satélites, duas rodadas de troca de experiências e nove minicursos. Também foram apresentados 133 trabalhos, sendo 30 deles de forma oral e 103 em quatro sessões de pôsteres.
Participaram do evento 323 pessoas entre profissionais de pesquisa, assistência técnica e extensão, estudantes de graduação e pós-graduação e produtores rurais de 17 estados brasileiros.
Para o presidente do Congresso e funcionário da Secretaria de Agricultura Familiar e Assuntos Fundiários de Mato Grosso, Leonardo Vivaldini, o evento cumpriu seu papel de fomentar as discussões e interações entre os profissionais de diferentes áreas que trabalham com sistemas agroflorestais no país. Além disso, a realização em Cuiabá contribuiu para maior divulgação dos SAFs no estado.
“Mato Grosso tem trabalhado há algum tempo se colocando como um estado que busca a sustentabilidade, que busca formas de tecnologia apropriadas ao uso sustentável da terra. Então a gente acredita que o congresso contribuiu com esse objetivo ao reunir muita gente para estar aqui falando sobre os sistemas agroflorestais e das tecnologias apropriadas ao uso da terra na sustentabilidade”, analisa Leonardo.
Carta de Cuiabá
Durante toda a programação os congressistas abordaram os aprendizados já obtidos sobre estes sistemas, que ainda são novos como alvos de pesquisas sistematizadas. Também foram levantados alguns desafios para o desenvolvimento e adoção desses sistemas produtivos e as perspectivas futuras no país.
Todas estas informações foram reunidas em uma carta de intensões. O conteúdo dela foi apresentado na plenária final, onde melhorias foram propostas. Após a redação final, o documento será encaminhado pela Sociedade Brasileira de Sistemas Agroflorestais para gestores públicos e autoridades políticas.
“Esta carta tem alguns pontos que foram sedimentados em plenária e que poderão servir como norte para políticas públicas no estado e no país. A ideia é que pessoas do local em nível de Embrapa, das universidades e da própria Sociedade Brasileira de Sistemas Agroflorestais façam conversas, reuniões, interlocuções com o governo para que se possa adotar ou ajustar as sugestões que foram apresentadas na carta de Cuiabá”, explica o presidente da SBSAF, Ivan Crespo.
Entre os temas abordados na carta estão as políticas de financiamento de agricultura familiar, o fomento a pesquisas sobre avaliação econômica dos sistemas, maior interação entre as instituições de pesquisa, extensionistas e produtores, capacitação de mão-de-obra, aumento dos subsídios e investimentos em assistência técnica e extensão rural, entre outras questões.
O CBSAF foi promovido pela Sociedade Brasileira da SAF e realizado pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Governo de Mato Grosso por meio SEAF e Sema, Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), Instituto Ouro Verde, Grupo Semente e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
O evento ainda contou com patrocínio e apoio de outras 16 instituições públicas, privadas e organizações não governamentais.
Próxima edição
O XI Congresso Brasileiro de Sistemas Agroflorestais será realizado em Aracaju (SE), em 2018.
Gabriel Faria (mtb 15624/MG JP)
Embrapa Agrossilvipastoril