O relatório indicou que os estoques cairão para 32 milhões de sacas ao final da temporada, menor nível desde 2017.
Conforme o relatório “Coffee: World Markets and Trade”, o USDA vê o consumo de café avançando em 1,8 milhão de sacas de 60 kg em 2021/22, frente ao consumo de 165 milhões de sacas na temporada anterior, enquanto a produção é estimada em queda de 11 milhões de sacas, para 164,8 milhões de sacas.
A principal razão para o déficit produtivo, como é conhecido pelo mercado, é a redução na produção do Brasil, que passa por um ano de baixa em seu ciclo bienal do café arábica e enfrenta um clima mais seco que o normal.
O USDA vê a safra 2021/22 do Brasil em 56,3 milhões de sacas, ante 69,9 milhões de sacas na temporada anterior. Também espera que a demanda do mercado interno brasileiro avance para um recorde de 23,7 milhões de sacas, o que empurrará as exportações para baixo em 9 milhões de sacas, para 32 milhões.
Os estoques finais no Brasil devem encolher para apenas 1,5 milhão de sacas.
Visão geral do consumo global de café 2021/22
No mundo a produção de café para 2021/22 é projetada para baixo 11,0 milhões de sacas em relação ao ano anterior 164,8 milhões, devido principalmente ao efeito combinado das árvores de Arábica no Brasil entrar no período de entressafra do ciclo de produção bienal e um déficit relacionado ao clima. Como resultado da produção mais baixa, os estoques globais finais devem cair 7,9 milhões de sacas para 32,0 milhões.
As exportações mundiais de grãos de café devem cair 4,8 milhões de sacas, para 115,5 milhões, conforme as menores exportações do Brasil mais do que compensaram as maiores remessas do Vietnã. O consumo global está aumentando 1,8 milhão de sacas para 165,0 milhões, com os maiores ganhos na União Europeia, Estados Unidos e Brasil. Os preços do café, medidos pelo índice de preços composto mensal da Organização Internacional do Café (OIC), apresentaram tendência de alta desde junho de 2019. (Veja relatório: http://www.ico.org/new_historical.asp)
Brasil
A produção de arábica deve cair 14,7 milhões de sacas, para 35,0 milhões, em comparação com a temporada anterior, devido a uma combinação de fatores. A maioria das áreas produtoras está em período de entressafra do ciclo bienal de produção, resultando em menor potencial de produção para a próxima safra. Além disso, as condições climáticas adversas reduziram a produtividade, pois a seca e as altas temperaturas nas principais regiões de cultivo de café afetaram a floração, bem como a frutificação e o desenvolvimento. Também houve relatos de que muitos produtores podaram suas árvores a taxas acima da média em resposta à safra recorde do ano passado, portanto diminuindo os rendimentos.
A maior parte do Arábica a colheita começou em maio e junho. A safra de Robusta deve continuar se expandindo, atingindo o recorde de 21,3 milhões de sacas, um aumento de 1,1 milhão. Os bons volumes de chuva ajudaram no desenvolvimento de frutas nos principais estados produtores do Espírito Santo, Rondônia e Bahia. A maior parte da colheita de Robusta começou em abril e maio. A colheita combinada de Arábica e Robusta deve cair 13,6 milhões de sacas, para 56,3 milhões. Apesar da queda na produção, o consumo deve continuar crescendo, atingindo o recorde de 23,7 milhões de sacas. Com a redução da oferta, as exportações de feijão deverão cair 9,0 milhões de sacas, para 32,0 milhões, e os estoques finais deverão cair 2,5 milhões de sacas, para 1,5 milhão.
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