Área coberta pelas tecnologias já chega a 11,5 milhões de hectares. Avanço sobre as terras de pecuária foi de 10% nos últimos cinco anos.
Pesquisa patrocinada pela Rede de Fomento de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta e elaborada pelo Kleffmann Group em parceria com a Embrapa Meio Ambiente mostra o crescimento na adesão do setor agropecuário brasileiro a sistemas de integração, seja lavoura-pecuária-floresta (ILPF) ou outros.
De acordo com o levantamento, no Brasil, as áreas com algum tipo de integração já somam 11,5 milhões de hectares. Por Estados, o Mato Grosso do Sul é o que tem maior destaque, com 2 milhões de hectares; seguido por Mato Grosso (1,5 milhão); Rio Grande do Sul, (1,4 milhão); Minas Gerais (1 milhão), e Santa Catarina (680 mil ha).
Considerando o período de cinco anos para cá, o crescimento em área foi de 1% entre as terras agrícolas e de 10% entre as terras pecuárias. As estratégias de atuação variam.
No caso dos produtores de grãos, segundo a pesquisa, o cenário é praticamente homogêneo, com 99% tendo aderido ao sistema de integração lavoura-pecuária (ILP), e uma parcela ínfima se dividindo entre a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o sistema de integração lavoura-floresta (ILF).
Já na pecuária, a preferência de 83% dos produtores é pelo ILP, seguido do ILPF, com 9%, e do IPF, pecuária-floresta, com 7%.
Motivação – A pesquisa também revelou que para os produtores de grãos os principais fatores que justificam a adoção da tecnologia estão relacionados ao aumento da produtividade e ao incremento na resiliência dos sistemas produtivos – que traria diminuição dos riscos financeiros da atividade.
Os pecuaristas, por sua vez, atribuem a motivação à possibilidade de reduzir impactos ambientais, demanda que vem da sociedade e dos mercados consumidores de carne. Além disso, a integração é vista como forma de recuperar pastagens.
Amostragem – Ao todo, foram entrevistadas 7.909 pessoas, compreendendo 3.105 pecuaristas de leite e corte em todos os estados; 2.958 produtores de soja nos estados da Bahia, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Piauí, Paraná, Rondônia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins; e 1.846 produtores de milho nos estados da Bahia, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
A pesquisa identificou os principais tipos de sistemas adotados, além de informações complementares. Os dados abrangem o perfil das propriedades e dos produtores; nível de tecnificação; entraves e perspectivas; vantagens que conduziram à decisão ou mesmo à desistência durante o processo, e fontes de informação consultadas.
De olho no futuro – De acordo com material de divulgação da Embrapa Meio Ambiente, a pesquisa é fundamental no sentido de orientar políticas públicas e mostrar a efetividade do Programa ABC como impulsionador da adoção de tecnologias resilientes e sustentáveis para a agropecuária brasileira.
Maurício Lopes, presidente da Embrapa, destacou que o Brasil é um dos poucos países no mundo com grandes extensões de terras com aptidão para uso agrícola sustentável. Segundo ele, o país poderá se tornar o líder global em intensificação baseada em tecnologias “poupa-recursos”, de baixa emissão de carbono e em ganhos na produtividade da terra.
“Os dados revelados pela pesquisa mostram que a agropecuária brasileira está em sintonia com as demandas globais por mitigação e adaptação à realidade de mudanças climáticas, ao novo Código Florestal brasileiro e ao novo padrão de consumo definido por uma sociedade cada vez mais engajada nas causas ambientais”, disse.
Portal DBO com informações da Embrapa