Para você que trabalha com pecuária leiteira e faz o controle da produção de leite de cada animal da sua fazenda, a Curava de Lactação vai te possibilitar uma estimativa segura da produtividade do seu rebanho, dessa forma, permite selecionar os melhores animais e consequentemente descartar os animais de menor interesse.
Mas para isto é importante que você e seus prestadores de serviço tenham as informações necessárias e os registros da produção leiteira desde sua abertura até o fechamento e desta forma, conseguir cruzar as informações e trabalhar o aprimoramento do seu rebanho. Você não precisa fazer isto de forma manual, existem software para gestão de rebanho que vão te ajudar. Um dos monitoramentos que deve ser adotado, e que vamos ver aqui é a curva de lactação.
A curva de lactação é uma representação gráfica da variação da produção de leite de uma fêmea em função da duração da lactação e pode ser utilizada para estimar a produção de leite em qualquer período ou no transcorrer da lactação.
A curva de lactação é composta por basicamente três fases:
1- Fase crescente, inicia a produção de leite com o colostro (3 até 5 dias) e ocorre um crescimento gradativo que pode estender-se até cerca de 35 dias após o parto;
2- Fase de pico, representada pela produção máxima observada, seguida de;
3- Fase de declínio contínuo até o final da lactação, ou previamente pela secagem completa aos 305 dias de lactação.
No entanto, existem duas principais características da curva que determinam sua forma: a persistência e o pico da lactação.
Uma lactação típica apresenta uma fase crescente, O pico de lactação, representada pela produção máxima observada, após ter atingido seu pico, até o final da lactação observamos a persistência da lactação, que você consegue medindo a queda da produção.
A persistência está relacionada com a capacidade da fêmea em manter níveis constantes de produção até o final da lactação.
Quando dizemos que a persistência da lactação de uma vaca é de 80%, significa que no próximo mês esse animal produzirá 80% do leite que ela produziu no mês anterior. Como calcular isto?
Para calcular a Persistência da Lactação (PSL) na prática usa-se a seguinte fórmula:
PSL =[1- ((“Produção mês Anterior” – “Produção mês atual”) x (30 / Intervalo dias entre os controles) / “Produção mês Anterior”)] x 100
Vamos ao exemplo: Uma vaca teve sua produção registrada 15 de janeiro de 35 kg, e 10 fevereiro de 30 kg.
PSL = [1- ( (35 – 30) x (30 / 26) / 35)] x 100 =
PSL = [ 1- 0,164] x 100
PSL = 0,836 x 100
PSL = 83,6%
Conseguindo mapear a curva da Lactação, você vai poder traçar comparações entre grupos distintos de animais como por exemplo de diferentes idades, raças e etc. Estas comparações são válidas pois mediante a elas, você pode obter informações sobre a eficiência desses grupos propiciando um melhor controle da produção.
Além do mais, o conhecimento do comportamento da curva da lactação de um rebanho leiteiro vai te auxiliar na adequação de alimentação, manejo, descarte e na seleção de animais mais produtivos.
Deve-se levar em consideração que nem todas as vacas ou grupo de vacas têm curvas de lactação iguais, pois além do componente genético, envolve outros fatores que têm influência direta sobre o animal ou sobre o sistema de produção. Dentre estes fatores vamos observar clima, luminosidade, umidade, qualidade e quantidade de alimentos e metodologia de manejo
As vacas leiteiras possuem comportamentos diferentes com relação a sua curva de lactação, mas vale lembrar que, é por meio destas informações que as suas decisões para adotar práticas de manejo eficientes devem ser tomadas.
Fonte: Procreare – Gestão da Pecuária