Tomando como base a média do período janeiro/setembro – o resultado anual não deve ser muito diferente – é possível constatar que nos oito primeiros anos da corrente década o custo de produção do frango vem registrando índices de evolução superiores aos dos preços alcançados pelo frango vivo e abatido
A análise adotou como referenciais (1º) o custo de produção levantado mensalmente pela Embrapa Suínos e Aves desde janeiro de 2010; (2º) o preço médio recebido pelo produtor do interior paulista pelo frango vivo: e, (3º) o preço médio de comercialização do frango abatido resfriado no Grande Atacado da cidade de São Paulo. E o que se observa é que nesses oito anos, em apenas uma ocasião (2013) o frango vivo apresentou evolução de preço que superou o índice de variação do custo. Mas foi só.Pior, porém, para o frango abatido, cujos índices de correção de preços sempre evoluíram aquém do aumento de custos.
Resultado final: enquanto o custo de produção registra, em 2018, variação de 111% em relação a 2010, a variação acumulada pelo frango vivo e pelo frango abatido resfriado encontra-se em, respectivamente, 72% e 47%.
Mas o que quase escapa é a variação na margem entre custo e preço. Em 2010, o frango vivo apresentava um diferencial de preço de 17,6% em relação ao custo, enquanto para o frango abatido esse diferencial era de 68,2%. Já no corrente exercício a diferença entre o custo e o preço do frango vivo está negativa em 3,4%, enquanto a do frango abatido caiu para 17,33%.
Efeito, sem dúvida, da produção em massa e do aumento da produtividade.