Como é praxe (salvo raras exceções), na 36ª semana de 2019, primeira do mês de setembro, o frango abatido comercializado no atacado da cidade de São Paulo apresentou o comportamento esperado para todo início de mês, momento em que a massa de salários começa a chegar ao mercado
Assim, apresentou sensível melhora de preço em relação ao fechamento de agosto e terminou a semana (5), registrando valorização de quase 8,5% sobre o último valor do mês anterior – o que parece pouco, mas corresponde à melhor valorização deste ano para o período inicial do mês.
O único, mas grande, senão aí observado é que, um ano atrás, em idêntico espaço de tempo, o frango abatido, embora partindo de um preço sensivelmente inferior ao deste ano, apresentou valorização muito mais significativa, superior a 14%.
O principal efeito disso é que a semana foi encerrada com um preço apenas 2% superior ao de um ano atrás: R$4,085/kg, na média, contra R$4,000/kg em 6 de setembro de 2018. Ou seja: um ganho agora inferior à inflação acumulada nos últimos 12 meses, de 3,43% conforme o IPCA do IBGE.
Naturalmente, essa situação vem sendo minimizada pela redução de custos observada no decorrer de 2019 e que, no bimestre junho-julho (dados da Embrapa Suínos e Aves para o frango vivo) caiu quase na mesma proporção (-2,25% em relação ao mesmo bimestre de 2018).
Mas a tendência que ora prevalece é a de que, doravante, aqueles ganhos (ou recuperações) em relação ao ano anterior devem alcançar níveis mínimos, quando não desaparecer. E o que aponta nessa direção é a constatação de que, no último quadrimestre de 2018 (setembro-dezembro), o frango abatido já obteve forte valorização (quase 30% de aumento em relação à média dos dois quadrimestres anteriores), alcançando valor médio (R$4,08/kg) difícil de ser significativamente superado nas condições atuais do mercado interno brasileiro.
E uma vez que, por um lado, a demanda contida força a retração dos abates e, por outro lado, a maioria dos abatedouros dispõe de produção própria suficiente, o mercado de aves vivas tende a continuar na calmaria atual. Que, aliás, mantém a cotação ao nível do produtor em, no máximo, R$3,30/kg, valor que vem desde junho e que no final desta semana completará 90 dias (três meses!) de vigência.
Fonte: Avisite