A exemplo do ocorrido um ano antes, o frango vivo negociado no interior de São Paulo percorreu todo o mês de julho sem registrar qualquer variação na cotação, que permaneceu estável em R$3,00/kg, valor 20% superior aos R$2,50/kg de julho de 2017
Esse valor, entretanto, não refletiu a verdadeira realidade do setor no decorrer do sétimo mês do ano. Primeiro, porque o mercado permaneceu fraco (e, portanto, sujeito a baixas) durante todo o período. Segundo, porque a cotação vigente tornou-se – como já ocorreu em vezes anteriores – apenas um referencial, já que prevaleceram os negócios com vinte centavos de desconto.
Na verdade, portanto, os preços do mês ficaram 12% acima dos registrados um ano antes, enquanto em relação ao mês anterior, junho/18, retrocederam quase 9%.
O recuo mensal enfrentado é, à primeira vista, assustador. Notar, porém, que o valor médio registrado em junho foi artificializado pela lacuna no abastecimento do produto (causada pela greve dos caminhoneiros), ou seja, escapou totalmente ao que seria registrado em condições normais.
No entanto, o processo de alta independeu do movimento caminhoneiro: iniciou-se a partir do momento em que o segmento, atento aos excessos de oferta, passou a buscar a readequação da produção a um momento inédito de mercado, no qual, aos elevados custos de produção, juntaram-se uma forte queda nas exportações e uma fraca demanda interna.
Não foi por menos que, antes mesmo de deflagrado o movimento grevista (penúltima semana de maio), tanto o frango vivo como o abatido passaram a experimentar rápida valorização. A greve, portanto, apenas a exacerbou. Tanto que, normalizado o abastecimento, a cotação do produto, embora retrocedendo, não retornou aos baixíssimos níveis enfrentados no bimestre abril-maio.
Em suma, pois, a faixa de preços registrada no mês – entre R$2,80/kg e R$3,00/kg – voltou a refletir adequadamente a realidade do mercado que, entretanto, poderia até remunerar melhor o setor produtivo não fossem as limitações enfrentadas pelo consumidor.
Conta-se, de toda forma, que algo de novo venha a acontecer no decorrer de agosto. Afinal, o mês é marcado pelo fim das férias e pela retomada do ano letivo. Isso, de alguma forma, deve se refletir no consumo e nos preços, ajudando a reverter as perdas acumuladas no decorrer do primeiro semestre.