Como já havia ocorrido no bimestre anterior, o frango vivo comercializado no interior paulista completou o quinto e penúltimo bimestre de 2018 com idêntica cotação
Em outras palavras, se em julho e agosto o preço médio do produto ficou em R$3,00/kg, em outubro a média registrada (R$3,19/kg) foi idêntica à do mês anterior. Ou quase.
Quase, sim, porque o valor médio do frango vivo no décimo mês do ano ficou apenas 11 centésimos abaixo do registrado em setembro. Mas se, na média dos dois meses, ocorreu similaridade de valores, em termos de mercado os desempenhos foram opostos.
Rememorando, em setembro a cotação inicial do período (R$3,00/kg, vinda do final de junho) persistiu por poucos dias: logo chegou aos R$3,25/kg, mantendo-se até o final do mês. Já em outubro, os R$3,25/kg de abertura se mantiveram por não mais de duas semanas e, ainda assim, artificialmente. Tanto que, mesmo recuando para R$3,10/kg nos últimos 10 dias do mês, o valor alcançado não deu sustentação ao mercado: parte dos negócios só foi efetivada com descontos sobre o valor de referência.
Aguardam-se mais informações a respeito da produção e das exportações registradas no mês mas, aparentemente, não ocorreram mudanças significativas na oferta interna do produto no decorrer de outubro. Assim, só se pode reputar o fraco desempenho à menor demanda do produto pelo consumidor final.
Tal afirmação corre o risco de ser contestada frente à constatação de que, no mercado paulistano, o frango abatido foi comercializado por valor cerca de 3,5% superior ao de setembro passado. Mas esse ganho só foi possível graças à estratégia dos frigoríficos: acorreram menos ao mercado de aves vivas (e, em alguns casos, colocaram nele parte do que deveriam abater) de forma a obter alguma valorização no mercado de aves abatidas.
De toda forma, graças aos resultados obtidos nos últimos cinco meses, o frango vivo alcança, no ano, cotação média de R$2,75/kg, valor 7,31% superior ao dos mesmos 10 meses de 2017.
Notar, porém, que operando até recentemente sob as mesmas condições (difíceis, de custos elevados) de dois anos atrás, a média atual é, nominalmente, cerca de 5% inferior à registrada nos 12 meses de 2016. E esta, parece, é uma perda impossível de ser recuperada.