Foi passageira a percepção de que, terminadas as férias de julho e reiniciado o período escolar, a comercialização do frango seria dinamizada. Pois, percorrida a primeira semana de agosto (1 a 4, quatro dias de negócios), o mercado permaneceu no mesmo marasmo anterior
Isso significa dizer que o produto disponibilizado no interior paulista está completando seis semanas (ou seja, mais de um mês) com a cotação referencial estagnada em R$3,00/kg, mas com grande parte dos negócios sendo efetivada por até 20 centavos menos. Ou seja: apesar do início de novo mês o mercado permanece entre fraco e calmo, situação observada também em Minas Gerais, onde prevalece a cotação de R$3,05/kg desde 27 de julho passado.
Não deveria ser assim, pois, consideradas as últimas projeções efetuadas a partir do alojamento de pintos de um dia, os abates mais recentes estariam nos mais baixos patamares da corrente década. Além disso, a exportação, em julho, de mais de 460 mil toneladas de carne de frango – um recorde absoluto na história das exportações do produto – teria propiciado um enxugamento dos estoques internos. E tudo isso, combinado com o fim das férias, início de novo mês e retomada da merenda escolar teria que se refletir no mercado interno, o que não ocorreu.
Embora não reconhecido, está claro, a esta altura, que os números de exportação de julho foram inflados por dados não contabilizados do mês anterior. Mesmo assim, houve aumento dos embarques no mês. E se nada de diferente foi observado no mercado interno é porque a ponta final de todo o processo – isto é, o consumidor –não apresenta as mínimas condições de propiciar melhor remuneração ao setor ainda que haja uma menor oferta.
Isso fica mais visível quando se analisa o andar dos preços do frango abatido disponibilizado no grande atacado da cidade de São Paulo. Em lenta evolução, o mercado tende, por ora, a situar-se nos mesmos níveis de maio passado, o que, se ocorrer, vai corresponder a um preço médio inferior ao de julho ultimo (não vale, aqui, considerar o excepcional desempenho de junho, pois ele foi artificializado pelo movimento dos caminhoneiros).
Em suma: não há consumo, situação que pode ser minimizada nesta semana com a chegada da maior parte da massa salarial e a comemoração, no próximo domingo, do Dia dos Pais. Mas essa comemoração ocorre apenas uma vez por ano. E a massa salarial se esgota antes mesmo de finda a primeira quinzena. Ou seja: fica difícil sair do marasmo que aí está.