O frango vivo comercializado no interior paulista completou a segunda semana de abril (8 a 14, seis dias de negócios) e a primeira quinzena do mês repetindo o mesmo comportamento de um ano atrás, ou seja, com absoluta estabilidade de preço. Isto, ressalte-se, apesar dos dois momentos serem absolutamente diferentes
Explicando, um ano atrás, na primeira quinzena de abril, o setor convivia com o período de Quaresma (a Páscoa de 2017 foi comemorada em 16 de abril). Seria natural, pois, o enfraquecimento do mercado e, com ele, uma baixa nos preços.
Mas não só isso. Quase um mês antes, numa fatídica sexta-feira de março (dia 17) havia sido deflagrada a Operação Carne Fraca. Prevalecia, então, a sensação de que ocorreria um “despencamento” generalizado nos preços do frango. Porém, após breves baixas ainda em março, o produto permaneceu com a cotação estável durante todo o mês de abril (essa estabilidade, aliás, somente seria rompida cinco meses depois, no final de setembro).
Pra encurtar a conversa, abril de 2017 tinha tudo pra cair e não caiu. Já abril de 2018 tinha tudo pra subir. Porque, em essência, o período de Quaresma (e, teoricamente, de menor consumo) terminou junto com o mês de março. Mas também porque os primeiros quinze dias do mês trazem maior dinamismo para as vendas. Entretanto, nada aconteceu. Ao contrário, acentuaram-se as negociações por valores abaixo da cotação referencial que, cada vez mais, vai ficando distante da realidade.
Sob esse aspecto e ainda que o mercado permaneça fraquíssimo (estamos entrando na sempre penosa segunda quinzena do mês), nada impede que, como há um ano, a cotação atual se estenda até o final de abril sem sofrer qualquer modificação. Afinal, ela agora não passa de peça de ficção.
Por Avisite