Comparativamente às semanas anteriores, absolutamente nada de novo ocorreu com o frango vivo na terceira semana de julho (15 a 21 de julho, seis dias de negociações)
No interior paulista, o mercado permaneceu fraco – como é típico da segunda quinzena, mas como já vinha ocorrendo desde semanas anteriores. Assim, embora o preço referencial se mantivesse em R$3,00/kg, a maior parte dos negócios continuou sendo efetivada com até vinte centavos de desconto.
Já em Minas Gerais o mercado continuou firme (apesar de estarmos na segunda quinzena), oferecendo aos produtores locais pagamento de R$3,15/kg, valor em vigor desde 13 de junho passado, ou seja, há mais de 30 dias.
O que ressalta nessa estabilidade é a diferença a favor de Minas Gerais (de 35 centavos, se considerado o preço efetivamente praticado em São Paulo), persistente há quatro semanas. Por que tão grande diferença se as condições de produção nas duas praças são relativamente similares?
Efetivamente, tanto em Minas como e São Paulo, a oferta de aves vivas criadas especificamente para o mercado independente é bem menor que a de meses anteriores. Sob tal panorama, o produtor paulista deveria operar sob as mesmas condições de produtor mineiro – em mercado firme – não fosse o fato de São Paulo contar com bem maior número de abatedouros frigoríficos.
É o que torna dois mercados próximos tão diferentes um do outro. Pois, sem obter remuneração adequada para o frango abatido, os frigoríficos paulistas vêm limitando suas ofertas ao produto factível de absorção. E colocam no mercado independente as “sobras” de frango vivo, desbalanceando um segmento que, em outras circunstâncias, estaria operando em mercado firme.
Como as condições do mercado consumidor só tendem a uma mudança no início de agosto – quando acaba o período de férias e recomeça o ano letivo – a situação atual do frango vivo em São Paulo deve persistir sem qualquer alteração.
Aliás, será ótimo se o presente equilíbrio de preço se mantiver, porquanto em menos de duas semanas o frango abatido já perdeu cerca de 7% de seu preço. Por sinal, enquanto o custo de produção se mantém no mesmo (elevado) nível de julho de 2016, o preço médio obtido pelo produto resfriado é cerca de 9% menor.