Hoje em dia o rótulo de “sustentável” é buscado por praticamente todas as instituições, sejam elas públicas ou privadas, pois, além de dar longevidade aos recursos, garante uma melhora significativa da sua imagem perante seus clientes, fornecedores e, principalmente, frente a sociedade
Não é incomum encontrar dentro das companhias departamentos que são inteiramente focados no tema, sendo responsáveis pela gestão da sustentabilidade, trazendo conceitos, estabelecendo indicadores e metas. Isso é positivo por que direciona processos, comportamentos e atitudes que guiam a sociedade.
Na agropecuária isto não é diferente. Produtores, fornecedores de insumos e indústria em geral têm passado por um processo bastante intensivo de conscientização sobre a importância de produzir de forma sustentável, preocupados em garantir o uso eficiente de recursos naturais, de técnicas que não agridam o meio ambiente e que sejam sustentáveis nos três âmbitos do termo: ambientalmente correto, economicamente viável e socialmente justo.
Na opinião de Cesar Augusto Figueiredo e Roberto Risolia, da Stoller Brasil, o setor tem muito a evoluir neste aspecto. “Buscar uma produção sustentável é aumentar a eficiência, usando de forma cada vez mais racional os recursos naturais como solo e água e, de forma inteligente, os insumos, como fertilizantes e defensivos. De forma geral, tudo passa pela adoção crescente de conhecimento e tecnologia no sistema de produção”, dizem.
Na pecuária, o desafio é grande. Em função da história e do perfil produtivo em que a pecuária brasileira se estabeleceu no passado (grandes áreas para exploração das pastagens e animais sem uma boa genética, por exemplo) fez com que a produção continuasse mesmo sem nenhum ou com baixíssimo emprego de tecnologia.
Porém, nos últimos anos, isso tem mudado. A pressão da agricultura pelo aumento da área de produção, a impossibilidade de abertura de novas áreas e a demanda crescente por produtos de origem animal têm pressionado a pecuária a buscar uma maior eficiência. E o uso de tecnologia é a chave para isso.
Do ponto de vista do produtor, isso pode ser encarado como a oportunidade de otimizar o custo de produção. Investir em conhecimento é primordial para o bom uso de técnicas que permitam melhorar a produção, como a eficiência de uso das pastagens e o bom uso de insumos (como adubação de pastagens, divisão de pastos e lotação rotativa, irrigação de pastagem, suplementação, inseminação artificial em tempo fixo, etc.). Isso permite reduzir o custo da arroba produzida, produzir carne e leite de melhor qualidade e ainda valorizar a propriedade.
O Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável (GTPS), nos últimos dez anos, tem feito o papel de reunir todos os elos do sistema de produção da pecuária, desde produtores, fornecedores de insumos e serviços, instituições financeiras, passando pela indústria de frigoríficos e chegando até o varejo e restaurantes. Isso cria um círculo virtuoso para adoção tecnológica de uma forma geral. Assim, o grupo segue intermediando discussões e ações para conscientizar sobre o uso racional dos recursos ambientais, de tecnologias e o conhecimento na busca por práticas que contribuam com o fornecimento de produtos e alimentos de qualidade para a demanda crescente de todo o mundo.
Fonte: Acrimat