Descontado da produção global projetada pela APINCO o volume de carne mensalmente exportado (dados da SECEX/MDIC) tem-se, para os 20 meses encerrados em agosto de 2018, a disponibilidade interna de carne de frango apontada na tabela abaixo
Por ela constata-se que o volume disponibilizado nos oito primeiros meses de 2018 – perto de 6,180 milhões de toneladas – é pouco mais de 1% menor que o registrado em idêntico período do ano passado. Não custa citar, de toda forma, que o próprio setor produtivo relata aumentos continuamente crescentes na produtividade dos frangos em criação. Assim, é até provável que a produção deste ano tenha se igualado ou mesmo superado a do ano passado, ainda que por pequena margem.
Porém, o que mais chama a atenção nesses dados são as variações de disponibilidade observadas nos meses de julho e agosto. Em julho, por exemplo – considerada a disponibilidade média diária – ela recuou mais de 30% em relação ao mês anterior. Já em agosto, embora tenha correspondido ao segundo menor volume diário desses 20 meses, aumentou 22% em relação a julho. Tudo isso sem qualquer reação mais grave do mercado interno – para cima ou para baixo.
Com certeza é redundante. Mesmo assim não custa citar que tais diferenças decorrem, apenas, de alterações implantadas na sistemática de levantamento das exportações (SECEX/MDIC). E que, naturalmente, interferem nos dados relativos à disponibilidade interna.
Não era o intuito, mas o gráfico abaixo, à direita, corrobora o que poderia ser uma simples tese. Revelando a participação da disponibilidade interna na produção total de carne de frango, o gráfico permite demonstrar que, em média, nos 90 meses decorridos entre janeiro de 2011 e junho de 2018, volume correspondente a cerca de 69% (ou, mais exatamente 68,95%) da produção brasileira de carne de frango foi destinado ao mercado interno.
Já em julho de 2018 esse índice cai para apenas 55%, ou seja, é um ponto totalmente fora da curva.